O hábito de ingerir açúcar em excesso diariamente causa diversos problemas metabólicos, como a obesidade, colesterol elevado, hipertensão, diabetes e processos inflamatórios associados a esclerose múltipla, a doença de Alzheimer e ao cancro, entre outras patologias.
O que é o açúcar?
O açúcar enquadra-se no grupo dos hidratos de carbono ou glícidos. Estes são constituídos por açúcares (moléculas de glicose) e podem ser divididos em 3 grupos:
- Monossacarídeos (1 molécula de açúcar)
- Dissacarídeos (2 moléculas de açúcar)
- Polissacarídeos (mais de duas moléculas de açúcar).
Os Monossacarídeos e Dissacarídeos
Os mono e os dissacarídeos são considerados hidratos de carbono simples, uma vez que são rapidamente absorvidos pela corrente sanguínea. Deste modo, quando são ingeridos, a concentração de açúcar no sangue aumenta rapidamente, o que provoca uma rápida sensação de fome e, posteriormente, uma acumulação de gordura.
Possuem um elevado índice glicémico (sendo que este representa a taxa de absorção do açúcar para a corrente sanguínea). Alguns exemplos de hidratos de carbono simples são: açúcar refinado, mel, fruta e lacticínios.
Os Polissacarídeos
Por outro lado, os polissacarídeos são hidratos de carbono complexos, uma vez que não conseguem passar diretamente para a corrente sanguínea, sem antes sofrerem processos de digestão e posterior absorção. Deste modo, o índice glicémico é gradual, uma vez que o açúcar é transferido para o sangue à medida que as ligações do polissacarídeo são quebradas pela digestão.
Como exemplo de hidratos de carbono complexos temos: cereais (arroz, massa, pão, milho, aveia, cevada, quinoa), batata, batata-doce, mandioca, inhame, leguminosas (ervilhas, feijão, grão de bico, lentilhas, favas, etc).
No final do processo digestivo, todos os alimentos que ingerimos são reduzidos bioquimicamente a glicose e a frutose, porque só sob esta forma é que conseguimos extrair a energia dos hidratos de carbono.
A glicose
A glicose é abundante na fruta, milho doce, xarope de milho, mel e certas raízes. É oxidada nas células como fonte de energia e armazenada no fígado e nos músculos sob a forma de glicogénio.
A frutose
A frutose é o açúcar mais doce e pode ser metabolizada pelo fígado (sendo o único órgão que a consegue metabolizar), e como não é utilizada diretamente como fonte de energia, normalmente é armazenada e convertida em gordura.
É preciso ter em atenção ao excesso de frutose, pois pode ser a origem de vários problemas como dislipidemias (aumento da concentração do “mau colesterol” e de triglicéridos), esteatose hepática (também designado como fígado gordo) e hipertensão arterial.
É de salientar que a sacarose é composta por glicose e frutose.