Como funcionam as farmácias em Portugal

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Como funcionam as farmácias em Portugal
Como funcionam as farmácias em Portugal

Como funcionam as farmácias em Portugal: o funcionamento das farmácias de serviço é o aspecto que mais desagrada aos utentes.

A farmácia é o único local onde podemos comprar medicamentos, para além de que é frequente ser um local de recurso em situações de urgência. O actual modo de funcionamento das nossas farmácias, assim como as perspectivas de melhoramento dos seus serviços foram alvo de um estudo do qual lhe damos conta.

As farmácias em Portugal

Regra geral, os utentes das nossas farmácias mostram-se satisfeitos com a qualidade de serviço destes estabelecimentos. Mas não deixam, contudo, de apontar algumas falhas, em especial no que respeita aos serviços noturnos e aos fins-de-semana e feriados. São estas as conclusões de um inquérito levado a cabo pela revista Teste Saúde sobre este tema, e que contabiliza as opiniões de 1500 portugueses.

A farmácia é o único local onde podemos comprar medicamentos, para além de que é frequente ser um local de recurso em situações de urgência. O actual modo de funcionamento das nossas farmácias, assim como as perspectivas de melhoramento dos seus serviços foram alvo de um estudo do qual lhe damos conta.

O funcionamento das farmácias de serviço é o aspecto que mais desagrada aos utentes. O facto de as farmácias em serviço nocturno manterem a porta fechada e, frequentemente, as luzes apagadas, por vezes induz as pessoas em erro, uma vez que aparenta estar fechada. Por outro lado, a impossibilidade de se entrar no estabelecimento durante este período de serviço é também do desagrado da maioria dos portugueses.

É também neste horário – como aos fins-de-semana e feriados – que o tempo de espera para o atendimento é maior. Em épocas como o inverno, o facto de ter de fazer fila, durante a noite, na rua, por não ser possível entrar na farmácia, é sem dúvida desagradável.

Um outro ponto negativo a salientar – mas neste caso, e apesar de concordarem que está errado, os consumidores não se demitem de usufruir – é o facto de as farmácias continuarem a vender, ilegalmente, medicamentos sujeitos a receita médica sem que o utente apresente a respectiva prescrição.

Se bem que, em alguns casos, a questão não levanta qualquer risco (existem medicamentos sujeitos a receita médica com a mesma função e composição de outros de venda livre e são vendidos apenas por uma questão de comodidade ou por serem mais baratos), noutros pode significar uma irresponsabilidade.

No entanto, há que realçar que a maioria dos farmacêuticos que vendem estes medicamentos sem prescrição fazem-no apenas aos utentes regulares e cuja história clínica conhecem minimamente.

É também comum o farmacêutico vender o medicamento perante uma promessa por parte do utente de que apresentará, mais tarde, a receita, se bem que isto não iliba o farmacêutico nem o utuente da responsabilidade.

Em Portugal, os medicamentos sujeitos a receita mais frequentemente vendidos sem a apresentação desta são o Ben-u-ron (analgésico e antipirético), Nimed (anti-inflamatório), Clamoxyl (antibiótico), Lexotan e Lorenin (ansiolíticos). No que diz respeito a medicamentos como o Ben-u-ron, aplica-se a questão há pouco mencionada: existem medicamentos livres – e mais caros – com a mesma composição e função, portanto a venda de Ben-u-ron e afins não é realmente um problema.

No entanto, se pensarmos nos antibióticos e ansiolíticos o caso muda de figura: Um antibiótico mal administrado, sem acompanhamento médico, pode levar ao aparecimento de bactérias resistentes ao medicamento, contribuindo para a sua ineficácia e prejudicando a saúde.

Por seu lado, os ansiolíticos são medicamentos que, para além de causarem dependência, apresentam frequentemente efeitos secundários e contra-indicações e devem ser receitados apenas pelo médico que acompanha o doente e só em casos estritamente necessários.

Estas situações levam a concluir que a legislação relativa à venda de medicamentos deve ser revista, para além de argumentar a favor da introdução dos medicamentos genéricos.

Quanto ao atendimento e à informação e esclarecimentos relativos aos medicamentos (como dosagem, contra-indicações, interacção com outras substâncias, etc.) fornecidos pelos funcionários das farmácias, os utentes portugueses consideram-se satisfeitos. Se bem que nem sempre sabem distinguir os técnicos, os farmacêuticos e os directores técnicos… identificação pouco visível ou pouco eficaz?

Perante informação contraditória de médicos e farmacêuticos relativamente a um tipo de medicação ou prescrição apresentada por um utente, a atitude mais recomendável e mais apreciada é a de comunicação directa entre ambos, de forma a esclarecer a situação (que muito frequentemente resulta de uma compreensão deficiente da célebre caligrafia quase ilegível da maioria dos médicos).

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