Menopausa: conheça a terapia de reposição de estrogénio

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Menopausa: conheça a terapia de reposição de estrogénio
Menopausa: conheça a terapia de reposição de estrogénio

Os sintomas da menopausa tratam-se restituindo os níveis de estrogénios a números semelhantes aos da pré-menopausa, uma das vias de tratamento é a terapia de reposição de estrogénio.

Os principais objectivos da terapia de reposição de estrogénio são os seguintes:

  • Aliviar sintomas como os afrontamentos, a secura vaginal e as perturbações urinárias;
  • Prevenir o aparecimento da osteoporose;
  • Prevenir a arteriosclerose e as doenças das artérias coronárias.

Terapia de reposição de estrogénio

Os estrogénios apresentam-se em forma não sintética (natural) ou sintética (produzida em laboratório).

Os estrogénios sintéticos são cem vezes mais potentes que os naturais e, por consequência, não é recomendável a sua administração a mulheres menopáusicas, uma vez que com doses muito baixas de estrogénios naturais já se evitam os afrontamentos e a osteoporose. 

Por outro lado, as doses muito altas podem provocar problemas, como um aumento na tendência para sofrer de enxaquecas.

Os estrogénios são administrados sob a forma de comprimidos ou de bandas adesivas cutâneas (estrogénios transdérmicos).

Também podem ser aplicados na vagina em forma de creme quando as razões principais para o seu uso são evitar o adelgaçamento da superfície da parede vaginal (o que reduz o risco de infeções urinárias e de incontinência) e a dor durante o coito.

Parte dos estrogénios administrados são absorvidos e passam para o sangue, sobretudo à medida que o revestimento vaginal melhora.

Os efeitos secundários

Devido ao fato de os estrogénios provocarem efeitos secundários e implicarem riscos a longo prazo, a par de vantagens, a mulher e o seu médico devem avaliar as vantagens e as desvantagens antes de decidir a administração de uma terapia de reposição de estrogénio. 

Os efeitos secundários incluem:

  • náuseas,
  • incómodo mamário,
  • dor de cabeça
  • mudanças de estado do espírito.

As mulheres pós-menopáusicas que tomam estrogénios sem progesterona correm maior risco de sofrer de cancro do endométrio (cancro do revestimento interior do útero). A incidência é de 1 a 4 em cada 1000 mulheres, por ano.

Quais os riscos da terapia

O aumento está estreitamente relacionado com a dose e com a duração do tratamento.

Cancro do endométrio

Se uma mulher tiver uma hemorragia anormal pela vagina, pode fazer-se uma biopsia (obtenção de uma amostra de tecido para ser examinada ao microscópio) do revestimento interior do útero para determinar se tem cancro do endométrio.

As mulheres que sofrem desta doença e que estão a tomar estrogénios, normalmente têm um bom prognóstico: cerca de 94% sobrevivem 5 anos.

A administração de progesterona, juntamente com os estrogénios, elimina quase totalmente o risco de sofrer de cancro do endométrio e reduz ainda mais nas mulheres que não tomam estrogénios (uma mulher a quem tenha sido extraído o útero não pode desenvolver este cancro). A progesterona não parece anular os efeitos benéficos dos estrogénios sobre as doenças cardiovasculares.

Cancro da mama

Uma questão importante é se o fato de tomar estrogénios aumenta a incidência do cancro da mama. No entanto, não ficou demonstrada, de forma evidente, qualquer associação entre o tratamento substitutivo com estrogénios e o cancro da mama.

O risco de cancro aumenta quando se tomam estrogénios durante mais de 10 anos. A mulher com um risco elevado de desenvolver cancro da mama não deverá tomar estrogénios.

No entanto, para as mulheres propensas à osteoporose e a doenças do coração e para aquelas com pouco risco de desenvolver cancro da mama, o benefício obtido graças à terapia com estrogénios compensa amplamente os riscos possíveis.

Doença da vesícula biliar

O risco de contrair uma doença da vesícula biliar durante o primeiro ano do tratamento substitutivo com estrogénios, é ligeiramente maior.

Em geral, a terapia substitutiva com estrogénios não é prescrita a mulheres que tenham ou tiveram cancro da mama ou um cancro do endométrio avançado, que tenham hemorragias genitais de causa desconhecida, que sofram de uma doença hepática grave ou de alterações na coagulação sanguínea.

Contudo, por vezes os médicos administram estrogénios a mulheres que foram tratadas por um cancro da mama nas suas primeiras fases e que não sofreram nenhuma recidiva pelo menos nos últimos 5 anos.

Em geral, a terapia substitutiva com estrogénios não é indicada em casos de doença crónica do fígado ou de porfiria aguda intermitente.

O que é a menopausa?

A menopausa é uma das várias alterações naturais que ocorrem na mulher durante sua vida. A menopausa não é uma doença, nem mesmo um estado psicológico. Simplesmente a menopausa consiste em uma alteração natural, fisiológica, em que há uma diminuição nos níveis de hormônios femininos, estrogênio e progesterona.

Derivada das palavras “meno”, que significa mês e “ pausis” que quer dizer pausa, a menopausa significa o fim dos períodos menstruais, ou seja, a menstruação.

O início da menopausa

A menopausa ocorre porque os ovários deixam de produzir as hormonas que controlam a menstruação – estrogénio e progesterona. Este processo pode durar de 4 a 5 anos e durante esse período a mulher pode vir a ter menstruações irregulares, antes de terminarem completamente.

Na maioria das mulheres, entre os 45 e 55 anos, os ciclos menstruais irão finalmente parar, o que significa que a menopausa ocorreu.

A pré-menopausa

A primeira fase da menopausa – chamada pré-menopausa – pode iniciar-se entre os 40 e 45 anos, contudo é impossível determinar exatamente quando essa fase começará. Nem a idade da sua mãe, nem a idade com a qual a mulher teve sua primeira menstruação são indicativos seguros.

Dois dos primeiros sinais que indicam que a menopausa está próxima são:

  • A menstruação aparece com intervalos cada vez maiores, chegando mesmo a ficar ausente por vários meses antes de recomeçar ou começar a ocorrer com maior freqüência – cada 21 ou 25 dias, por exemplo.
  • O fluxo menstrual altera-se tornando-se mais ou menos intenso.
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