Recordar a História da Moda

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A Moda passou a fazer parte integrante do ser humano. Exigência da sociedade ou mero gosto pessoal, a verdade é que a Moda se impregnou pelos recantos da vida de qualquer cidadão.

Hoje pode-se usar quase tudo. Vista-se o que se vestir já quase ninguém estranha a irreverência dos tempos que correm. Fazer com que as pessoas voltem o rosto para confirmar o que alguém trás vestido torna-se já muito difícil, porque actualmente tudo, ou quase tudo, tem permissão para sair à rua. Decotes, transparências, rachas, peles, tudo são instrumentos da moda que o público, avidamente, consome.

Se hoje em dia se utiliza tudo aquilo que a moda coloca à disposição dos seus utilizadores, a verdade é que as coisas não foram sempre assim tão simples. Soltar a imaginação e criatividade inerente ao universo da moda não era assim tão fácil, e havia limites rigorosos aos quais não era possível passar despercebido. Mostrar as pernas, usar um decote mais ousado, eram tentações que precisavam de imediato serem banidas e a moda via-se obrigada a não ir muito além desses padrões.

Da imagem da mulher completamente tapada, sem deixar evidenciar qualquer marca dos contornos femininos, passou-se para o desconforto total. As roupas apertavam em prol da cintura obrigatoriamente fina, do busto saliente, e assim, à primeira vista, qualquer mulher era considerada igual à sua semelhante. Mais tarde, a ala feminina pode libertar-se das amarras dos corpetes e espartilhos para dar lugar ao conforto de roupas cómodas e ajustadas às medidas do seu corpo.

De facto, o universo da moda foi sempre feito de avanços e recuos. Quando finalmente as mulheres se soltaram dos trajes que durante tantos anos as sufocaram, e conseguiram adoptar uma postura descontraída tendo em conta o trabalho fabril que passaram a desempenhar, retorna-se novamente à velha ideologia de tapar as pernas e proclamar o corpo feminino novamente em ‘S’. E, durante muito tempo, as mulheres viveram nesta insatisfação do seu vestuário, em função da desigualdade existente entre os sexos.

Após a luta por direitos femininos, ainda muito escassos na altura, e posteriormente à II Guerra Mundial, é que chegam as calças concebidas para mulheres. Das calças ao biquini foi apenas um passo, mas apenas algumas mulheres tinham permissão para usar o tradicional biquini, nomeadamente as musas e divas da sétima arte. Todas as restantes mulheres, cidadãs anónimas, eram punidas moralmente se envergassem a indumentária de duas peças. Um verdadeiro atentado ao pudor e bons costumes!

Posteriormente aos corpetes, calças, biquinis, eis que surge a grande revolução no vestuário feminino: a mini saia. Concebida para mostrar a beleza inata da mulher, a mini saia não teve uma nascença ou um desenvolvimento social particularmente fácil. Desde essa data as portas para a criatividade começaram a abrir-se de forma mais natural para os criadores. A moda passou a gozar da criatividade e exuberância à qual hoje está intimamente ligada!

Por todo o mundo os criadores de moda recorrem aos mais variados motivos, cores, tecidos, temas, padrões, cenários, para lançarem as suas colecções. A imaginação deambula em caminhos fartos de criatividade, sem regras, onde impera a lei daquilo que é ‘novidade’. A moda infiltrou-se em todas as áreas da sociedade. Ninguém dispensa saber quais são as últimas tendências para a próxima estação e todos, uns mais escravos que outros, tentam seguir cegamente essas linhas.

 

O importante é perceber que a moda oferece sugestões, mas o seu estilo tem que ser único, particular, e ímpar. É você que o cria e que lhe dá uma aura característica: a sua! Recordar a história da moda é voltar aos porões mais velhos da memória do vestuário, mas é também compreender que tudo tem um toque pessoal muito característico. Seguir a moda é caminhar a par e passo com a modernidade, mas é também conservar a sua identidade exterior. E essa, com ou sem extravagâncias na arte da criatividade, você nunca a deve perder!

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