As crianças e a influência dos novos media na aprendizagem

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As crianças e os novos media
As crianças e os novos media

Compreender a importância e influência das novas tecnologias e dos novos media no comportamento e aprendizagem das crianças foi o que esteve em debate na Conferência As crianças e os novos media.

Este foi o objectivo que reuniu, professores, jornalistas e empresários na Conferência ‘As crianças e os novos média’, que teve lugar no Auditório da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, organizada em conjunto com esta entidade, a DECO portuguesa e a ERICA (European Research into Consumer Affairs).

As crianças e a influência dos novos media

Com a presença, na sessão de abertura, de Ana Benavente, secretária de Estado da Educação, Charles Buchanan, da Fundação Luso-Americana e Jorge Morgado, Secretário-Geral da Deco, a conferência decorreu durante todo o dia com diversas intervenções em painéis como ‘Os desafios e oportunidades’, ‘A violência e a pornografia’ e ‘A perspectiva das organizações de consumidores’, assim como a apresentação de algumas soluções, com convidados de vários pontos do Globo.

Ana Benavente sublinhou no seu discurso a importância deste tipo de eventos e referiu que: ‘o Ministério da Educação tem sempre afirmado que a educação é assunto de todos devido aos desafios da sociedade.

O que se pede à escola é por vezes tão exigente que nem sempre esta é capaz de responder sozinha a estes desafios. Quanto mais instituições e entidades se envolverem e interessarem por este tema, melhor a escola vai repor o seu papel’.

No entanto não deixou de frisar que, para as conquistas e reformas ‘é preciso ser ousado e exigente mas modestos para ver como podemos alcançar o que queremos com o que temos.’

O acesso a sites pornográficos, de violência explícita ou jogos que nem sempre são os mais educativos, estão ao alcance de um simples toque de teclas e de milhares de crianças por todo o mundo. Mas também um simples toque de botão leva até aos mais jovens mundos de violência através da televisão e do cinema.

Há muito que se pensa que a violência induzida estimula à violência real e a prova está em muitas das notícias chocantes que nos chegam de crianças e jovens praticando actos bárbaros.

Muitas crianças demonstram uma maior capacidade de aceder a sites da Internet com os quais os pais nem sonham, além de saberem programar e gravar filmes que ficaram proibidos de ver. As suas capacidades são avançadas e nem todos os educadores conseguem alcançar essa realidade, preferindo deixar arrastar as situações ou ignorá-las por completo.

A Comunidade Europeia já recomendou diversas medidas para travar o crescente consumo de violência e pornografia através dos média, utilizando estes para fins pedagógicos.

A Setembro de 1998, em Bruxelas, o Conselho da União Europeia dirigiu recomendações aos países membros no sentido de que estes ‘fomentem um clima de confiança que incentive o desenvolvimento dos serviços audiovisuais e de informação’; que as indústrias e restantes partes interessadas ‘cooperem com as autoridades competentes entre si, na preparação de códigos de conduta de protecção dos menores, além de ‘desenvolverem e experimentarem novos meios de protecção de menores e de informação aos telespectadores e tomem medidas positivas em prol dos menores que facilitem o seu acesso a serviços audiovisuais e de informação, e simultaneamente, inibam a introdução de conteúdos potencialmente nocivos.’

Mais recentemente, em Maio de 2000, o Conselho da União Europeia decidiu sobre o combate à pornografia na Internet intensificando as medidas de prevenção e de combate à produção e divulgação de material de pornografia infantil e o fomento da investigação e repressão desses casos, em que os

Estados-membros devem tomar medidas para incentivar os utilizadores da Internet a denunciarem os casos de divulgação de pornografia infantil e devem garantir que as autoridades responsáveis actuem rapidamente, garantindo a rápida e ampla cooperação e a comunicação recíproca entre estados e para a Europol.

Os Estados-membros têm também de criar os seus próprios sistemas de controlo, se necessário com alteração do processo penal de cada país.

Estas medidas, entre outras, terão de ser cumpridas até ao final do corrente ano.

Se já deparou com situações deste tipo não hesite em denunciá-las na DECO, Alta Autoridade para a Comunicação Social, associações de telespectadores, Instituto de Apoio à Criança e o da Juventude, entre outros.

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