Diabetes Tipo 2, a doença do stress e mau colesterol

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Diabetes Tipo 2, a doença do stress e do mau colesterol
Diabetes Tipo 2, a doença do stress e do mau colesterol

O número de doentes infectados pela Diabetes tem vindo a aumentar numa proporção cinco vezes maior do que na década anterior. Estes dados levam a que os especialistas considerem que a “Diabetes Tipo 2” será a doença do século XXI ao contrário do que poderiam pensar aqueles que apontavam este título para doenças como a SIDA, tuberculose ou o cancro.

Diabetes tipo 2

A ‘Diabetes Tipo 2’, também conhecida como Diabetes Não-Insulina Dependente, ocorre em indivíduos que herdaram uma tendência para a doença especialmente quando contam com um familiar próximo como pais, tios ou avós portadores e que devido a hábitos de vida e alimentação, a que se junta o sedentarismo e o stress, acabam por sofrer de diabetes na idade adulta.

As pessoas com propensão para este problema apresentam normalmente excesso de peso, fazem uma vida sedentária e consomem demasiadas gorduras e calorias. A tensão arterial é também demasiado elevada e têm colesterol a mais no sangue.

Na Diabetes Tipo 2, o pâncreas é capaz de produzir insulina, mas a alimentação errada e a falta de exercício tornam o organismo resistente à acção da insulina, o que obriga o pâncreas a trabalhar cada vez mais até que a insulina que produz deixa de ser suficiente.

Nesta altura surge aDiabetes Tipo 2, fonte de muitas outras doenças como o cancro, cegueira, insuficiência renal, gangrena e enfarte e que irá afectar, em 2001, 250 milhões de pessoas.

Primeiras referências à diabetes

Os primeiros registos sobre a diabetes surgiram no ano 70 d. C. pela mão do médico Areteu da Capadócia, na Grécia, que batizou a doença com a palavra grega que significava sifão.

O médico observou que a diabetes provocava aos doentes a polifagia – comiam em excesso e a polidipsia – sede em excesso, o que os levava a beber muita água e a produzir muita urina, factores que não os impediam de enfraquecer cada vez mais até entrarem em coma.

Considerava que as energias do doente eram esgotadas pela urina, fazendo do corpo do doente um verdadeiro sifão, ou seja, tudo o que entrava por cima (comida e água ingerida) era expelido por baixo (na urina).

Durante cerca de 1600 anos, a medicina pouco avançou no tratamento da doença e apenas em 1670 o médico inglês Thomas Willis descobriu, provando a urina dos diabéticos, que esta era ‘muitíssimo doce, cheia de açúcar’.

Em 1815 o médico M. Chevreul confirmou que o açúcar na urina dos diabéticos era a glucose, o que levou a designar a doença como ‘diabetes açucarada’ derivante do termo ‘mellitus’, palavra latina e quer dizer mel ou adocicado. Em 1889 dois cientistas alemães, Von Mering e Minkowski, descobriram que o pâncreas produzia uma hormona capaz de controlar o açúcar no sangue e evitar os sintomas da diabetes.

No ano de 1869, Paul Langerhans, um alemão finalista de medicina, descobriu que o pâncreas era uma glândula com milhões de pequenas divisões ou ilhas, hoje com a designação de ‘Ilhas de Langerhans’ e em 1893, o cientista francês Gustave Laguesse sugeriu que essas ilhas seriam o local onde se produzia a substância anti-diabética para controlar o açúcar, a insulina, palavra que deriva do termo latim para ilha (insula).

A descoberta da insulina

A mais importante descoberta acerca da diabetes foi realizada em 1921, quando dois investigadores canadianos, Frederick Banting e Charles Best, conseguiram extrair insulina do pâncreas de um cão normal e injetá-la noutro cão ao qual tinha sido tirado o pâncreas e que apresentava todos os sintomas da doença.

Esta experiência confirmou que a insulina realmente controlava o açúcar no sangue e valeu à dupla o prémio Nobel da medicina em 1923.

Um ano antes, a Universidade de Toronto assinou um contrato com o Laboratório El Lilly para extrair insulina dos pâncreas dos porcos e das vacas nos matadouros o que proporcionou quantidades de insulina suficiente para os doentes e em 1936 surgiu a insulina de absorção lenta, que permitiu o controle da diabetes, na maior parte dos casos, apenas com uma injeção por dia, única forma de administrar esta porque se for ingerida é destruída pelo ácido clorídrico do estômago.

A diabetes no mundo

Nos Estados Unidos a diabetes é a terceira causa de morte mais comum na população adulta, sendo o país com maior percentagem de diabéticos e de obesos.

Os dados mais assustadores são relativos ao número de pessoas que não sabem ser doente de Diabetes em todo o mundo e que, consequentemente, nada fazem para a combater.

A Diabetes, e em particular a Diabetes Tipo 2 em resultado do estilo de vida das sociedades ocidentais, está a aumentar assustadoramente na população mundial e Portugal tem actualmente cerca de 500 mil diabéticos.

Segundo a OMS e a Federação Internacional da Diabetes, prevê-se que daqui a 20 anos o número de pessoas com Diabetes duplique, um número que poderá atingir 750 mil portugueses e 140 milhões de pessoas em todo o mundo!

A Diabetes é hoje a 4ª causa de morte em Portugal e a principal causa de cegueira, de problemas renais e cardiovasculares de amputações.

O Dia Mundial da Diabetes comemora-se a 14 de Novembro com diversas iniciativas um pouco por todo o lado de modo a consciencializar e desmitificar esta doença promovendo o rastreio e um estilo de vida saudável como principal forma de prevenção.

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