Casos de Hepatite C aumentam em Portugal

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Vírus da hepatite C
Vírus da hepatite C

A Hepatite C é uma das doenças que mais alarma os portugueses. Os toxicodependentes são as principais pontes de transmissão da doença, e os números começam a ser cada vez mais alarmantes.

A Hepatite C

Foi uma epidemia que provocou muitas dores de cabeça nos órgãos governamentais portugueses e estrangeiros, e que parece continuar a proporcionar um quadro negro para este novo milénio.

Mais de 100 mil indivíduos estão infectados em Portugal pela doença, sendo que os casos de epidemia parecem não vir a baixar tão cedo. Na maioria das situações os sintomas dos doentes são idênticos: um grau de cansaço muito elevado, um mal estar geral, temperatura elevada, falta de apetite e problemas intestinais.

O grande problema é que muitas das pessoas que já contraíram a doença não sabem ainda que estão contaminadas, já que os sintomas podem levar anos a manifestarem-se.

Mais tarde, o doente vem a descobrir que possui uma cirrose ou um cancro hepático. Nestas alturas, o transplante do fígado aparenta ser a única solução possível. Os casos de Hepatite C no nosso país são diversos, embora não se possa dar os números precisos já que não há estatísticas acerca da doença. Ainda assim, estimam-se que haja 100 a 150 mil pessoas atingidas pela Hepatite C, sem contar com os casos que não são detectados.

Mesmo assim, Portugal é o país europeu que apresenta os números mais elevados de casos de Hepatite C. Há no entanto a ter em conta que aquilo que mais contribui para esta liderança portuguesa é o facto do nosso país contar com cerca de 60 a 80% de toxicodependentes infectados com a Hepatite C.

A partilha de seringas entre toxicodependentes, as relações sexuais sem as devidas precauções, a utilização de material contaminado pelos toxicodependentes, ou mesmo as transfusões sanguíneas, são as principais formas de contaminação, sendo a primeira delas aqui apontada a que regista maior número de casos de contaminação. No entanto, não se regista em Portugal nenhum tratamento eficaz da doença.

No Reino Unido veio recentemente a público que a terapia mais apropriada seria aquela que conseguiria reunir o interferão alpha e a ribavirina. O tratamento deve ter a duração de seis meses, embora para alguns dos doentes, nomeadamente os infectados com VHC do genotipo 1, seja necessário haver um prolongamento da terapia por mais seis meses.

A recomendação desta terapia foi publicada em Outubro do ano transacto, pretendendo combinar as duas substâncias que referimos anteriormente: interferão alpha e a ribavirina.

Até à data, 67% dos doentes reagem bem à terapia após 24 semanas de administração, com excepção dos indivíduos infectados com VHC do genotipo 1.

Estes apresentam apenas uma receptividade de cerca de 17%. Mais tarde, quando forem atingidas as 48 semanas de tratamento, a resposta atinge os 28 %. Em Portugal, a Hepatite C é um dos grandes quebra cabeças para doentes e entidades que se destinam ao tratamento dos mesmos.

Mas, esta terapia combinada pode vir a ser uma forma de tratamento muito útil e uma solução com resultados mais positivos que os actuais. Veremos se em breve os doentes infectados com Hepatite C poderão encontrar melhores dias…

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