Amo-te, Teresa numa televisão perto de si

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Amo-te, Teresa
Amo-te, Teresa

Amo-te, Teresa um filme de Cristina Boavida e Ricardo Espírito Santo

Amo-te, Teresa

Uma história de amor proibido… Esta parece ser a frase que melhor resume o argumento de “Amo-te, Teresa”, o primeiro telefilme produzido pela SIC e pelo Animatógrafo II, a produtora de António Cunha Telles.

Há já algumas semanas que este canal de televisão tem vindo a deixar alguma água na boca entre os seus muitos telespectadores. Da sua propaganda fazem parte excertos do filme, entrevistas com os principais actores e a apresentação do seu making-of.

Este é, aliás, um importante passo para a SIC…

Em Outubro de 1998, esta estação de televisão assinou um protocolo com o Ministério da Cultura, onde se comprometia a produzir, até ao ano de 2001, 30 telefilmes em português.

Dez deles estão previstos estrear, à medida de um por mês, ainda no decorrer deste ano, de Janeiro a Junho e de Setembro a Dezembro.

Uma oportunidade para dar a conhecer novos actores e novos realizadores, bem como para dar impulso à ficção em língua portuguesa.

Após 26 dias de filmagem, “Amo-te, Teresa” é o primeiro resultado deste protocolo…

Após 30 anos de ausência, Teresa decide regressar à sua terra natal. Aí, esta jovem médica descobre um meio ainda muito pequeno e fechado sobre si mesmo.

E o inesperado acontece…

Dotado de uma beleza invulgar, Miguel não lhe passa despercebido. Com apenas 15 anos, este jovem demonstra já uma sensibilidade fora do comum em relação aos adolescentes da sua idade. E acontece que, como o amor não escolhe a idade, Teresa e Miguel se apaixonam.

Mas o escândalo também não tarda a chegar… Vai o amor ultrapassar todos os obstáculos?

Esta é o principal enredo de “Amo-te, Teresa”. Pelo meio ficam histórias de afectos, de sedução, de adultério e de intrigas.

Uma história onde as convenções são postas em causa…

Quem é quem

Por detrás de Teresa encontramos a actriz Ana Padrão… Esta é, aliás, uma das actrizes portuguesas com mais projecção a nível internacional, tendo participado em muitas co-produções. A televisão também não lhe é desconhecida: “Passerelle”, “Ballet Rose” e, actualmente, “Residencial Tejo” são algumas das séries em que entrou.

Quanto à personagem da Teresa, a actriz vê-a como uma mulher instável, com um medo enorme de sofrer. No fundo, uma personagem muito humana. Foi com “Luz de Inverno”, uma peça de teatro dirigida por João Lourenço, que Diogo Morgado deu a conhecer o seu talento.

Mas é com o jovem Miguel que o actor deu os primeiros passos no mundo da Sétima Arte. E não ficou por aqui…

Em “Guiné”, o próximo telefilme a estrear no mês de Fevereiro, Diogo desempenha o papel de um médico de 26 anos.

Paula, a mãe de Miguel, é interpretada pela bem conhecida Maria João Abreu, a famosa Lucinda da série “Médico de Família”.

Apesar da sua longa carreira no teatro e na televisão, esta é a primeira vez que participa num filme.

E a sua personagem? Maria João Abreu vê-a como uma mulher ingénua, solitária, que se acomodou facilmente às circunstâncias da vida.

Já a sua mãe, interpretada pela actriz Isabel de Castro, é uma mulher esperta e, acima de tudo, forte. O papel de má da fita já não é, aliás, novidade para a actriz do Teatro da Garagem.

Isabel de Castro já participou em filmes de Paulo Rocha, António Macedo, Jorge Brum do Canto, Jorge Silva e Melo, João Botelho, Pedro Costa e Manuel Mozos.

Em “Amo-te, Teresa” é ela quem descobre e denuncia o romance de Teresa com o seu neto.

Dois senhores completam o rol dos principais actores…

José Wallenstein é Victor, um grande amigo dos tempos de faculdade de Teresa. Um pouco de comédia e ironia, neste enredo amoroso, é o que o actor promete dar.

Além de “Amo-te, Teresa”, José Wallenstein já participou em outras produções como “Francisca”, de Manoel de Oliveira, “A Sombra dos Abutres”, de Leonel Vieira, e o recente “Inferno” de Joaquim Leitão.

A personagem de Mário, o candidato a presidente da câmara, coube a Marcantónio Del Carlo.

Este jovem actor, que frequentou o Conservatório Nacional, pode ainda ser visto em filmes como “A Nuvem”, de Ana Luísa Guimarães, e “Adão e Eva”, de Joaquim leitão.

Por detrás das câmaras

À frente deste projecto encontram-se Cristina Boavida e Ricardo Espírito Santo. Foram eles que, em conjunto, realizaram “Amo-te, Teresa”.

Este foi, para ambos, a concretização de um sonho “quase impossível, de duas pessoas que já tinham idade para ter juízo.”

Licenciada em Comunicação Social, Cristina Boavida é repórter no programa “Esta Semana” de Margarida Marante.

Há muito que descobriu o seu gosto pela escrita. Agora, surgiu-lhe a oportunidade de passar um dos seus vários “rascunhos” para o pequeno écran.

Uma experiência única que lhe permitiu dar forma às personagens que ela própria criou. E onde foi buscar a inspiração?

Ao seu trabalho como jornalista e à sua experiência pessoal.

E, ao que parece, a coisa não ficou por aqui: é dela também o argumento do próximo telefilme, “Guiné”, que a SIC vai apresentar.

Para Ricardo Espírito Santo, a realização em televisão já não tem quaisquer segredos… O editor de imagem da SIC conta, entre os seus trabalhos, com a reportagem “Meninos de Angola” com a qual recebeu três prémios.

A Fotografia ficou a cargo de José António Loureiro. Com 43 anos, no seu currículo podemos encontrar nomes como João César Monteiro, Luís Alvarães e Manuel Mozos.

Quanto à participação em “Amo-te, Teresa”, este foi o primeiro telefilme em que trabalhou enquanto director de fotografia.

A ficha técnica não poderia ficar completa sem falarmos da banda sonora original… Esta foi entregue à imaginação de Tóli Machado (música) e de Rui Reininho (letra), que também detém um pequeno papel no telefilme – o líder dos GNR não é nada mais, nada menos, do que um oficial da Guarda Nacional Republicana.

A canção principal tem o nome de “Asas (Eléctricas)” e vai ser lançada, já em Fevereiro, com o novo albúm do Grupo Novo Rock.

O custo total de produção de “Amo-te, Teresa” ronda os 100 mil contos, verba comparticipada, em 20 mil contos, pelo Ministério da Cultura através do Instituto do Cinema , Audiovisual e Multimédia.

Quanto à SIC, esta detém os direitos de todos os telefilmes, bem como controla os temas, guiões, o casting final e a sua montagem.

O protocolo entre as duas entidades chega ao fim em 2001, altura em que o Estado retira a sua participação. O que se passará a seguir ainda está por definir.

Por enquanto, não perca hoje, às 21h, esta oportunidade de ver cinema em português…

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