Entrevista a Mariela Michelena

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Mariela Michelena
Mariela Michelena

A equipa mulher Portuguesa teve o prazer de entrevistar a psicanalista e autora dos livros “Mulheres Mal Amadas” e “À Noite sonhei que tinha peito” Mariela Michelena. Uma entrevista onde a autora fala do problema que ultrapassou e como isso se refletiu na sua vida pessoal e profissional.

Entrevista a Mariela Michelena

M.P – Escreveu também o livro “Mulheres Mal amadas”. Será sua intenção literária estar mais perto da vida das mulheres e ajudá-las com os problemas do dia-a-dia?

M.M – Ha resultado ser así. Cuando escribí Mujeres malqueridas no sabia que escribiría este libro, pero no obstante, el câncer me encontró mientras escribía otro libro sobre mujeres que espero poder terminar. El tema de ese libro era (es) las difíciles relaciones entre madres e hijas. Otra vez mujeres y mujeres… ¡Es que el mundo de las mujeres es apasionante! Nuestro sufrimiento, nuestras risas, la intensidad de nuestras relaciones…

M.M – Resultou ser assim. Quando escrevi “Mulheres mal amadas” não sabia que escreveria este livro, mas não obstante, o cancro “encontrou-me” enquanto escrevia outro livro sobre mulheres que espero poder terminar. O tema desse livro era (é) as difíceis relações entre mães e filhas. Outra vez mulheres e mulheres… ! É que o mundo das mulheres é apaixonante! Nosso sofrimento, nossos risos, a intensidade de nossas relações…

M.P – Qual o sentimento que a invadiu após a confirmação do diagnóstico?

M.M – El primer sentimiento fue de perplejidad, “¡no me lo puedo creer!” Sorpresa, como si nunca antes hubiera oído hablar del câncer de mama, Como si yo fuera la primera mujer en la historia de la humanidad con un bulto en el pecho. Lo siguiente fue miedo, mucho miedo. No me quiero morir -al menos no todavia-, así que fue como una sentencia de muerte.

Sé que todos nacemos con esa sentencia de muerte, pêro la llevamos escondida, no la miramos, le damos la espalda. Tener un câncer (sobre todo un câncer tan agresivo como el que tuve) me acercó peligrosamente a la muerte y la muerte (cuando uno está vivo) lo desordena todo.

M.M – O primeiro sentimento foi de perplexidade, “não mo posso crer!” Surpresa, como se nunca antes tivesse ouvido falar do cancro da mama, Como se eu fosse a primeira mulher na história da humanidade com um caroço no peito. O seguinte foi medo, muito medo. Não quero morrer – ao menos não todavia-, assim que foi como uma sentença de morte.

Sei que todos nascemos com essa sentença de morte, mas a levamos escondida, não a olhamos, damos-lhe as costas. Ter um cancro (sobretudo um cancro tão agressivo como o que tive) cercou-me perigosamente junto à morte e a morte (quando um está vivo) desordena tudo.

M.P – A doença influenciou o seu trabalho?

M.M – En un primer momento el câncer también invadió mi consulta porque decidi dejar de trabajar durante la quimio. En los aviones recomiendan a los adultos que viajan con niños que en caso de necesitar oxigeno, se aseguren ellos de tener bien puesta su mascarilla antes de ponerle la mascarilla al niño. Yo segui esas instrucciones, para poder cuidar a mis pacientes, primero tenía que cuidarme yo.

Para poder escuchar a mis pacientes era necesario que mi problema no ocupara el centro de la escena. Al regreso, ya curada, otra vez fuerte y dispuesta, retome mi trabajo con ilusión.

No me siento más sabia que antes. No sé, tal vez habría que preguntarle a mis pacientes si notan algún cambio. Lo siento por ellos, pêro creo que no… Curiosamente tengo más ganas de estudiar, de aprender que antes. Como buena psicoanalista, vuelvo a leer a Freud.

M.M – Num primeiro momento o cancro também invadiu o meu consultório porque decidi deixar de trabalhar durante a quimioterapia. Nos aviões recomendam aos adultos que viajam com meninos que em caso de precisar oxigeno, assegurem-se eles primeiro de ter bem posta a sua mascara antes de colocar a mascara ao menino.

Eu segui essas instruções, para poder cuidar os meus pacientes, primeiro tinha que me cuidar eu. Para poder escutar os meus pacientes era necessário que meu problema não ocupasse o centro da cena.

Ao regresso, já curada, outra vez forte e disposta, retomei ao meu trabalho com ilusão. Não me sinto mais sábia que antes. Não sei, talvez teria que perguntar a meus pacientes se notam alguma mudança. Sinto por eles, mas acho que não…Curiosamente tenho mais vontades de estudar, de aprender que antes. Como boa psicanalista, voltei a ler Freud.

M.P – Qual a mensagem que quer transmitir as mulheres que sofrem ou sofreram esta doença?

M.M – No puedo dar consejos de qué hacer o qué actitud tomar. Como he dicho creo que es algo muy difícil y cada quién hace lo que buenamente puede. Si tuviera que decir algo diria: no te exijas nada busca a tus amigas no te preocupes por lo que va a pasar mañana, con que te ocupes de hoy ya es bastante.
Y, por último sigue los consejos del médico y ¡cruza los dedos!

M.M – Não posso dar conselhos de que fazer ou que atitude tomar. Como disse acho que é algo muito difícil e a cada quem faz o que boamente pode. Se tivesse que dizer algo diria: não te exijas nada procura a tuas amigas não te preocupes com o que se vai passar manhã, com o que te ocupas hoje já é bastante.

M.P – Quais os projectos para o futuro em termos de escrita?

M.M – Sí, como dije antes, tengo a médio terminar el liro de las madres y las hijas, las hijas y sus madres y otro nuevo, continuación de Mujeres malqueridas sobre la dificultad de rehacer la propia vida después de romper una relación. Como ve, parece que seguirá hablando de mujeres.

M.M – Sim, como disse dantes, tenho a meio o livro das mães e as filhas que tenho que terminar , as filhas e suas mães e outro novo, elaborar a continuação de Mulheres mal amadas neste caso sobre a dificuldade de refazer a própria vida após romper uma relação. Como vê, parece que seguirei falar sobre mulheres.

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