É caso para dizer que quando a câmara não tem juízo… o Porto é que paga em Dia de Festa.
Enquanto por aqui festejamos o sucesso com que chegámos à centésima edição da Mulher Portuguesa, algures no país há mais quem festeje – ou talvez não.
Dia de festa
Temporariamente retidos em 1999 – porque sem as doze badaladas não se sai de lá – os cidadãos portuenses puderam finalmente mudar de século.
Com uma semana de atraso e provavelmente com muito pouca animação, a julgar pelas promessas de boicote à festa de substituição. Afinal não foi o Hawaii o último lugar do mundo a entrar no ano 2000.
O presidente da Câmara da cidade invicta desfez-se em desculpas. A vereadora da cultura, em desculpas se desfez, assumindo-se inteiramente responsável pelo fiasco de dia 31. A oposição não perdeu tempo e pediu logo que a vereadora fosse demitida sem sequer se perguntar, afinal, porque é que a festa falhou.
Mas não será tão óbvia a resposta? Tão óbvia que ninguém se lembrou de a referir como justificação. A cidade estava na rua, aguardando o culminar de 1999 e, à meia noite em ponto… puf. Falhou.
Não soaram as badaladas. Não disparou o fogo de artifício. Repito: à meia noite em ponto. À meia noite do dia 31 de Dezembro de 1999.
Já querem adivinhar? Pois claro, não era difícil de lá chegar pois não? O bug!!! O bendito bug! De tal forma temiam a sua acção sobre a EDP, a EPAL, as caixas Multibanco e os telemóveis, que quando o bichinho finalmente se manifestou ninguém lhe deu crédito pelo seu trabalho.
E por não ter previsto a hipótese de o programa das festas falhar, a Câmara Municipal do Porto não ficou nas boas graças da população e fez questão de compensar os cidadãos por esta falha imperdoável.
Não houve uma passagem de ano bombástica, mas ontem festejou-se um Dia de Reis como nunca havia sido festejado (apesar de o Dia de Reis ter sido na quinta-feira, mas isso é pormenor).
E apesar de, nestas circunstâncias, as badaladas não caírem bem, pelo menos o fogo de artifício foi em grande, nas três pontes da cidade.
Mesmo assim, o povo tripeiro não é fácil de convencer e pelos vistos sabe guardar as suas mágoas. Falharam no que era importante e agora vão gastar o dobro do dinheiro em algo que não importa absolutamente nada.
E é assim que se desperdiça o dinheiro dos contribuintes. É caso para dizer que quando a câmara não tem juízo… o Porto é que paga.
Cronista da Mulher Portuguesa: Patricia Esteves Nunes