O leopardo ao sol de Laura Restrepo

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O leopardo ao sol de Laura Restrepo da Editorial Presença

O leopardo ao sol

Da autora Laura Restrepo e editado pela Editorial Presença. trata-se de uma arrebatadora história de amor que não deixa de denunciar os problemas sociais vividos num país como a Colômbia, obra galardoada com o Prémio France Culture.

Premiada e aplaudida por escritores como Gabriel García Márquez e Alvaro Mutis, a escritora colombiana Laura Restrepo foi dada a conhecer ao público português através de Doce Companhia, uma arrebatadora história de amor que não deixa de denunciar os problemas sociais vividos num país como a Colômbia, obra galardoada com o Prémio France Culture pela melhor obra estrangeira editada em França em 1997 e com o Prémio mexicano Sor Juana Inés de Ia Cruz.

É, portanto, uma autora que dispensa apresentações entre o público português, e sabe, como ninguém, mesclar com uma mestria sublime e incomparável o humor e a crueza, a ficção e a realidade. O Leopardo ao Sol, espelho do submundo colombiano, o retrato vivo da ficção tornada realidade, foi inspirado na tradição sul-americana e carrega consigo uma forte destruição e de morte.

No dia em que Nando Barragán assassina, durante um acesso de raiva, provocado pelo álcool, o seu primo Adriano Monsalve, desencadeia uma guerra fraticida, destinada a durar até ao fim dos tempos.

Essa guerra será marcada pela lei do deserto: sangue paga-se com sangue. As duas famílias alimentar-se-ão de uma terrível sede de vingança e vão acumulando riquezas através do crime e de negócios obscuros. Nando Barragán e Mani Monsalve são os trágicos protagonistas de uma época ensombrada pela atrocidade da morte que irá mais tarde engolir tudo.

O Leopardo ao Sol resulta, assim, num livro brutal, intenso e extraordinariamente bem concebido.

Laura Restrepo nasceu em 1950 em Bogotá. Graduada em Filosofia e Letras pela Universidade de Bogotá, possui, também pela mesma universidade, uma pós-graduação em Ciências Políticas. Foi durante algum tempo professora de literatura em várias universidades colombianas.

Dedicou-se depois à carreira política tornando-se militante do partido socialista. Com a queda de Franco e com a euforia socialista, decide partir para Espanha ingressando no PSOE. Nessa altura um vasto grupo de exilados argentinos alicia-a a integrar a luta contra a ditadura militar argentina.

É então que parte para Buenos Aires, onde vive durante quatro anos. É nesta altura (1980) que nasce o seu primeiro filho – Pedro. Regressa então à Colômbia passando a dedicar-se ao jornalismo, chegando mesmo a ser editora de política da revista Semana, é essa talvez uma das razões pela qual toda a sua a obra combina habilmente a reportagem e a ficção abordando temas que dizem respeito à situação político-social da Colômbia da actualidade.

Como repórter começa a investigar as fortes inclinações morais e religiosas de alguns grupos da má fia local, o que culmina, dez anos mais tarde na publicação do romance El Leopardo aI Sol Em 1983, o presidente colombiano Belisario Betancur, nomeia Laura Restrepo como um dos principais membros de uma comissão encarregue de negociar a paz _com as forças rebeldes do país, tendo sido esta a primeira vez que em toda a América Latina, um governo” decide negociar com a resistência.

A paz é, entretanto, negociada, após o que segue um período de tréguas. O processo termina num banho de sangue. Por causa da sua participação nesta luta pela paz e da publicação do seu livro La História de una Traición, também sobre esta temática, Laura Restrepo é forçada ao exílio vivendo alternadamente no México e em Madrid.

Mantém, contudo, o contacto com o grupo de guerrilheiros M-19, tentando criar uma nova plataforma para novas negociações de paz, o que acaba por ser concretizada em 1989, quando o M-19 desiste das armas constituindo-se como um partido oposicionista, o que torna possível o regresso da autora à Colômbia, onde ainda hoje vive.

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