Whale Watching, nas águas portuguesas

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Whale watching

Dito assim parece mesmo mais uma ideia de um novo desporto radical criado pelos americanos ou outros. Mas acontece em águas portuguesas e está a causar furor entre turistas e residentes, estamos a falar do whale watching.

Whale Watching

O grito de “Baleia à vista” ecoava pelas ruas de uma qualquer das ilhas do arquipélago dos Açores e logo os homens corriam para as baleeiras e as mulheres para casa, arranjando afanosamente um farnel, porque nestas coisas de caça à baleia nunca se sabia quanto tempo eles teriam de estar no mar. Soava a hora da caça à baleia ou mais correctamente ao cachalote.

A caça da baleia e de outros cetáceos remonta ao séc. XVI, no Pico e em S. Jorge e começou a ganhar importância económica a partir do séc. XVIII com a extracção de óleo e âmbar em moldes industriais.

Hoje os postos de vigia de baleia estão abandonados e os locais onde este grande mamífero era desmanchado e aproveitada a sua carne e óleo caiem em ruínas que não querem lembrar a mortandade e o sangue que tingiu as águas do Atlântico.

Mas a baleia continua a estar presente no dia a dia dos açoreanos e para cumprir o sonho de infância que todos devemos ter tido de estar perto de baleias ou golfinhos, foram criadas novas empresas ligadas a essa vertente, os operadores de whale watching.

Por pouco mais de dez mil escudos pode fazer uma viagem inesquecível, desde que o tempo ajude. A viagem fica marcada mas pode ser desmarcada se o vigia não detectar a presença desses mamíferos ou se o tempo estiver nublado.

Diz quem sabe que em especial os golfinhos ficam irritados com tempo chuvoso e podem mesmo tornar-se agressivos. De qualquer forma é preciso munir-se de uma boa dose de paciência porque as baleias podem mergulhar por mais de meia hora, para dez minutos à superfície.

Ao largo dos Açores podem encontrar-se cachalotes, baleia sardinheira ou piloto, golfinhos, grampos e falsas orcas e mesmo baleias de bico. Neste momento existem 21 espécies de cetáceos registados nos Açores.

Pode ainda efectuar mergulho para acompanhar golfinhos, mas é necessária uma licença especial e este terá de ser feito em apneia, ou seja, sem aparelhos de respiração autónomos.

As baleias costumam nadar em grupo e à superfície e em águas calmas podem ser observados mais de dez cachalotes. Os golfinhos, esses inegáveis brincalhões, adoram seguir os barcos e acorrem ao som dos motores. São avistados normalmente onde se encontram bandos de cagarras, as gaivotas dos mares dos Açores, que se juntam onde há peixe.

O arquipélago dos Açores possuiu condições excepcionais para estes animais, uma vez que ao largo das Lages do Pico o fundo do mar desce abaixo dos mil metros de profundidade, criando um espaço privilegiado para proliferação de lulas e polvos, alimento predilecto dos cachalotes.

Conta o mito grego/romano que a Baleia era o monstro enviado por Poseidon para arrasar a costa da Etiópia, a pedido das Nereides despeitadas com a vaidade de Cassiopeia, rainha da Etiópia.

É Perseu que, após matar a Medusa, salva Andrómeda de ser oferecida em sacrifício ao monstro para evitar que este provocasse um maremoto. A baleia é o maior mamífero marinho existente e o seu tempo de vida pode ir até aos 50 anos.

No caso deste artigo lhe ter despertado o desejo, não deixe de contactar as diversas empresas que disponibilizam estes serviços em S. Miguel e no Pico.

BALEIA À VISTA! Lda., é uma empresa de observação na Ilha do Faial, nos Açores que opera através do PETER-CAFÉ SPORT, na Horta e quando na ilha de Santa Maria pergunte pelo João Luís da Costa Cabral que lhe proporcionará uma viagem inesquecível em busca de golfinhos e das grutas naturais da ilha. Depois é só divertir-se e fazer viagens inesquecíveis.

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