Fecham-se as cortinas

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Fecham-se as cortinas
Fecham-se as cortinas

Fecham-se as cortinas

Chega hoje ao fim mais uma edição do PONTI’99 – Porto. Natal. Teatro. Internacional.

Ao longo de vinte dias, este Festival animou a vida cultural da capital nortenha, permitindo ao público português contactar com o que de melhor se vai fazendo em teatro.

Este ano, o PO.N.T.I. ganhou maior força, apostando na descentralização e numa oferta cultural bastante variada.

Pelos espaços do Festival passaram nomes conceituados do teatro contemporâneo, como Peter Stein e Bob Wilson. Mas também houve espaço para os mais novos se darem a conhecer… Max Stafford-Clark, Ivo van Hove, Johan Simmons, Raul Cortez e Irina Dalle são apenas alguns dos criadores com que o público teve oportunidade de contactar pela primeira vez.

Uma aventura pelo teatro contemporâneo é o que, de dois em dois anos, nos propõe o PoNTI.

Em palco, é possível ver grande parte das influências que marcam a actual cena teatral: o regresso ao texto, uma maior exploração das tecnologias de cena, a mestiçagem das disciplinas e dos suportes…

Dezanove espectáculos percorreram os cenários do Festival. Onze deles, chegaram-nos de países como a Itália, os EUA, a Holanda, o Reino Unido, a França, a Lituânia e a Alemanha.

Produções nacionais também não podiam faltar… Companhia Paulo Ribeiro, Companhia Clara Andermatt, Teatro Meridional, Ensemble e TNSJ representaram o teatro português.

Textos de Marguerite Duras, Franz Kafka, Giorgio Barberio Corsetti, Pasolini ou Mia Couto ganharam forma e destacaram-se nesta programação.

Interessante foi, também, a experiência que envolveu o coreógrafo Paulo Ribeiro, Mário Laginha e Maria João Pires, que mostraram como dança e música se interpenetram.

Mas houve mais do que teatro: uma exposição, uma performance/instalação e um ciclo de teatro televisivo completaram a edição do PO.N.T.I.’99.

Situ-Acções, a instalação de António Lagarto pode, aliás, ainda ser vista até ao próximo dia 30 de Janeiro. Depois de ter estudado Escultura em Londres, este criador voltou-se para o estudo do espaço, através de suportes e da fotografia.

Interessado em criar e poupar espaços é, de forma inevitável, que as instalações surgem no seu percurso artístico.

Hoje, António Lagarto é um dos criadores portugueses de universos cénicos mais conhecidos no estrangeiro. Não perca…

Os espaços ocupados pelo Festival também conheceram, este ano, alterações.

Aos já tradicionais Teatro Nacional S. João, Rivoli, Auditório Nacional Carlos Alberto e Balleteatro, juntam-se agora os múltiplos espaços do Edifício da Alfândega, os Arcos de Miragaia (antiga cave de vinho do Porto) e o futuro Teatro do Bolhão.

Inevitável foi, assim, o reforço do financiamento. Para isso o Festival contou, mais uma vez, com os apoios do Ministério da Cultura e do da Câmara Municipal do Porto.

Da Sociedade Porto-2001 também chegaram reforços, o que permitiu aumentar, em cerca de 40% em relação ao ano de 1997, o volume de financiamento global.

Estes importantes apoios permitem prolongar a acção do PO.N.T.I. para além do período em que decorre o Festival – formação de equipas técnicas e uma política de co-produções são algumas das áreas que o Festival procura promover ao longo do ano.

Chegou a hora de fechar as cortinas… Com a certeza de que, daqui a dois anos, elas voltam-se a abrir.

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