A birra da viva em cena até 15 de Março

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Teatro
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No Armazém do Ferro de A. Costa Cabral, o mundo das mulheres com “A Birra da Viva” marcará a sua presença, através de uma peça de metáforas e contrastes. Escrita por Adíla Lopes e encenada por Lúcia Sigalho, “A Birra da Viva” demonstra um sonho muito difícil, que é o de ser mãe…

A Birra da Viva demonstra

No Armazém do Ferro, o tema central é a procriação. Uma mulher, dada como doente mental, sonha com um dia, dar à luz. Ju, tem 43 anos, nunca conheceu homem algum, e a unica coisa que precisa é de alguém do sexo oposto, para ser mãe.

A doença de Ju é apenas um lamentável engano, pois tem a perfeita noção da realidade e daquilo que pretende. O objectivo e vontade desta mulher, não é a de apaixonar-se por um homem e, ficar com ele o resto dos seus dias. Ela só pretende ser mãe, sem querer nada em troca.

Do elenco fazem parte, apenas três mulheres: Ju, a mãe e a criada. Inseridas num cenário, infantil e ao mesmo tempo tipicamente doméstico, a história gira em torno da agonia de Ju, tendo como pano de fundo uma casa de bonecas.

A peça trata a infelicidade e a impotência de uma mulher, para alcançar a sua meta. Entre um mundo cor de rosa, inserido numa casa de bonecas e uma quantidade de electrodomésticos, uma mulher delira abundantemente. A revolta e luta contra a mãe, a lucidez misturada com a loucura, o normal distorcido pela suposta anormalidade do corpo. Estes, são os delírios e os pensamentos de Ju.

“Feia, gorda, feia” é o lema desta mulher, de nome Ju. A única coisa da qual julga ter a certeza, para além das rugas e, como é lógico, do seu mais desejado sonho: ser mãe.

A peça pretende enfatizar ao máximo, a maternidade, a procriação, o acto de dar à luz, a gravidez. O destaque neste espectáculo, não são os dramas de uma mulher dada como louca ou, a tristeza que sente quando se olha no espelho. A base é somente a maternidade, por vezes invocada, talvez em excesso.

A incapacidade para engravidar é óbvia e, é aí, que reside o problema. Pelo facto de saber que é muito dificil isso acontecer, a vontade de ter filhos é cada vez maior, sem limites, quase obsessiva.

Se não quiser perder este mundo de contradições, de desejos recalcados, de sonhos impossíveis, o melhor que tem a fazer é ir, ao Armazém de Ferro, em Santos. É aqui que encontra o desejo de ser mãe, no seu expoente máximo…

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