Paralímpicos em Sidney – Ouro Prata Bronze para Portugal

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Paralímpicos de Verão Sidney 2000
Paralímpicos de Verão Sidney 2000

Depois da cerimónia de encerramento dos XXIV Jogos Olímpicos de Verão, a cidade de Sidney acolheu a competição paralela, os Paralímpicos, onde o ouro brilhou para Portugal.

À semelhança da anterior comitiva, esta também foi a maior delegação portuguesa de sempre a participar, com 53 atletas, e desta feita trazendo 15 medalhas, mais uma que em Atlanta. Nas cinco edições em que participou, a primeira vez em 1972, Portugal conquistou um total de 49 medalhas.

Nestas Olimpíadas Portugal alcançou uma elevada e brilhante participação, ficando em 26ª posição no que respeita a medalhas. Gabriel Potra, Carlos Lopes, José Alves, José Gameiro, Paulo Coelho e Carlos A. Ferreira foram os atletas que receberam as medalhas de ouro.

Portugal começou da melhor forma a participação nos Jogos Paralímpicos de Sydney 2000, vencendo o Brasil, em basquetebol para a área mental, por 71-56. E depois começou a listagem das medalhas sendo que a primeira com as cores portuguesas brilhou no peito de Carlos Amaral Ferreira depois de ter disputado a final directa dos 10.000 metros.

O atleta, cego total, chegou mesmo a estar perto de alcançar a medalha de ouro, mas não deixou de estabelecer um novo recorde paralímpico nos 200 metros, classe T12 (ambliope). Gabriel Potra, natural do Montijo dedicou a medalha à família e a Portugal , embora lamentando que a televisão não passasse as imagens da sua vitória.

Os atletas Carlos Lopes, José Alves, José Gameiro e Gabriel Potra conseguiram mais uma medalha de ouro para Portugal ao vencer a estafeta 4×400 metros, uma prova realizada pela primeira vez nos Jogos Paralímpicos. O bronze no atletismo foi para Maria da Graça Fernandes, José Alves e Gabriel Potra.
Maria da Graça Fernandes, detentora do recorde mundial, subiu para o terceiro lugar do pódio na prova de 400 metros da classe T38 (paralisia cerebral) alcançando a primeira medalha de bronze a Portugal nos Jogos Paralímpicos, duas horas depois de Gabriel Potra ter conquistado o primeiro ouro para as cores nacionais.

José Macedo revalidou o título olímpico individual em boccia, classe BC3, enquanto Armando Costa, líder do ranking mundial, arrecadou a medalha de prata e o bronze foi conquistado pela equipa portuguesa. Luís Belchior, António Marques, Fernando Ferreira e Pedro Silva renovaram a medalha de bronze por equipas no torneio de boccia (classe BC1/BC2). Susana Barroso repetiu a prata nos 50m costas, tal como tinha acontecido em Atlanta, na classe S3.

Lenine Cunha, de apenas 17 anos, terminou a sua participação na prova de salto em comprimento (aberta a atletas com deficiência intelectual) dos Jogos Paralímpicos com um excelente 5º lugar. Na prova de natação, Maria João Morgado alcançou também o 5º lugar nos 200 metros livres e em atletismo, Ricardo Marques foi 6º no lançamento de peso. A selecção de basquetebol paralímpico (deficientes intelectuais) falhou a medalha de bronze ao ser derrotada pela Polónia, por 65-51. O ciclista Augusto Pereira não foi além da 6ª posição na prova de contra-relógio individual de 5km (paralisia cerebral).

Nota negativa para a Comitiva Portuguesa foi a interdição que o Comité Paralímpico Internacional (IPC) colocou ao atleta Paulo Coelho, detentor do título paralímpico para a final directa dos 5000 metros, por causa de uma falha na sua inscrição. Desta forma, o atleta de 26 anos, cego total, não pôde participar nos 5000 metros (quarta-feira), restando-lhe a possibilidade de lutar por um lugar no pódio na prova dos 1500 metros.

Esta foi a XI edição dos Jogos Paralímpicos que decorreu entre 18 e 29 de Outubro, encerrando o ciclo que os australianos denominaram de ‘60 dias olímpicos’ e que são considerados o segundo maior evento desportivo a nível mundial, quer pelo número de desportos envolvidos, tempo de realização, número de países participantes e pessoal da organização. A mascote deste ano foi Lizzie, um réptil nativo da Austrália que simboliza a energia, a determinação e a força de vontade de todos os atletas paralímpicos.

Os Paralímpicos cumpriram 40 anos sobre a sua primeira edição, no Verão de 1960 na cidade de Roma. Presentes na edição deste ano estiveram 4.000 atletas e 1.000 oficiais em representação de 135 países, participando Portugal nas modalidades de atletismo, basquetebol, boccia, ciclismo, futebol de 7, natação e ténis de mesa.

Nos estádios olímpicos pode observar-se actividades como atletismo, basquetebol, ciclismo, esgrima, equitação, futebol, judo, halterofilismo, natação, ténis, ténis de mesa, tiro, tiro com arco, vela, voleibol, boccia, goalball e râguebi em cadeira de rodas, sendo que os primeiros 15 coincidem com modalidades do programa olímpico e apenas os três últimos são específicos do paralímpico.

Nem sempre a realização dos Jogos Paralímpicos decorreu na mesma cidade ou pais dos Jogos Olímpicos. Das dez edições passadas dos Jogos Paralímpicos apenas cinco se realizaram na mesma cidade dos seus congéneres. Na primeira edição dos Paralímpicos de Verão, em Roma, só participaram deficientes motores em cadeira de rodas portadores de lesões vertebro-medulares (daí a designação de paraplégicos). Os jogos foram abrangendo cada vez mais deficiência e em 1976 estiveram também presentes cegos e amputados e em 1980 foi incluída a paralisia cerebral.

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