Obesidade – Uma realidade também dos animais

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Obesidade animal
Obesidade animal

Cerca de 40% dos cães e 30% dos gatos portugueses têm excesso de peso, facto preocupante pelos efeitos prejudiciais que a obesidade tem sobre a saúde e o bem-estar dos animais de companhia.

A obesidade diminui a expectativa de vida destes e as doenças associadas à obesidade diminuem acentuadamente a sua qualidade de vida.

Entre outras causas de menor impacto, o sedentarismo e uma alimentação errada determinam o excesso de peso. A obesidade nos animais de companhia só adquiriu relevo nas últimas décadas e nas sociedades urbanas, ditas desenvolvidas. A falta de exercício físico e vida ao ar livre, associadas à falta de estímulos ambientais e sociais adequados e à compensação fácil por via do alimento, levam a uma relação pouco natural e até compulsiva com a comida por animais pouco felizes e entediados.

A obesidade está associada sobretudo a doenças cardio-vasculares, metabólicas (como a diabetes, tanto no cão, como no gato), doença hepática, doenças respiratórias, doenças musculo-esqueléticas (dos músculos, articulações, tendões e ligamentos). Todas podem passar despercebidas nas fases iniciais, têm uma evolução crónica, mas reduzem consideravelmente a qualidade de vida dos animais de companhia. Algumas, como as artroses provocam dor e recusa ao exercício, criando um círculo vicioso que inviabiliza os programas de controlo de peso. Outras produzem sofrimento e podem mesmo comprometer a sobrevivência.

A figura do médico veterinário assistente é fulcral nesta problemática. Desde o primeiro contacto, em cachorro ou gatinho ou na adopção de animais adultos, o plano de saúde e prevenção proposto aos donos inclui sempre os aspectos essenciais da prevenção da obesidade: regime alimentar e exercício. Nas visitas programadas de rotina, o controlo e registo do peso é sempre feito, o que possibilita que se analisem os factores contribuintes e que se actue assim que haja desvios à normalidade.

Um animal com uma dieta desequilibrada, constituída por exemplo por restos de comida humana ou dieta caseira, pode ter deficiências em determinados nutrientes críticos. Naturalmente, tentará compensar as suas necessidades pela ingestão de maiores quantidades, o que pode conduzir a excesso de peso e a obesidade. A adequação da dieta à idade, raça, estado fisiológico (crescimento, gravidez, aleitamento, velhice, animais inteiros ou castrados, etc) é complexa, mas está ao dispor de todos.

A indústria de rações tem décadas de investigação por trás e as linhas existentes no mercado adequam-se a todos os animais, quaisquer que sejam as suas características.

Dar ao seu animal de companhia uma ração específica para as suas necessidades é um investimento com retorno garantido porque assegura o fornecimento dos nutrientes necessários, mantém a sua saúde e previne doenças, para além de aumentar a sua longevidade. O médico veterinário assistente dispõe de toda a informação para aconselhar e ajudar a escolher o alimento mais adequado ao longo da vida do animal.

Médico veterinário: Prof. José Henrique Correia

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