Lillie Langtry, a primeira super estrela americana

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Lillie Langtry
Lillie Langtry

Lillie Langtry, foi a primeira actriz a receber o título de super-estrela americana, lidou com príncipes e com a alta-roda e chegou onde poucas mulheres sonharam chegar no seu tempo.

Lillie Langtry nasceu na Ilha de Jersey, na Grã-Bretanha a 13 de Outubro de 1853 e cresceu como uma maria-rapaz no meio dos seus cinco irmãos. De um único vestido passa a ser conhecida como uma das líderes da moda, reinventou-se mais do que uma vez para poder sobreviver e sempre conseguiu alcançar aquilo a que se propôs.

Lillie Langtry

Aos vinte anos conheceu e acabou por casar com o deslumbrante e rico Edward Langtry e os dois mudaram-se para Londres. Mas cedo Lillie descobriu que o marido não era nem de perto tão rico quanto afirmava ser. Em três anos apenas o casal ficou na penúria e Lillie teve de procurar um meio de conseguir sobreviver.

Começou a trabalhar como modelo para alguns dos mais famosos pintores da época e também fazia ‘orelhas de mercador’ em relação às regras ditadas pela sociedade da época, frequentando locais considerados como inapropriados para as mulheres ou destinados apenas a homens. Nesses locais encontrou e manteve amizades com pessoas como Oscar Wilde e o primeiro-ministro Benjamin Disraeli.

A sua beleza, inteligência e desrespeito pelas normas sociais chegou à atenção do príncipe de Gales, Alberto Eduardo, futuro Eduardo VII, que depois da a conhecer, tornaram-se amantes.

Ao invés de ser ostracizada, Lillie alcançou os pináculos da sociedade londrina como amante oficial do príncipe. No entanto, as mesmas qualidades que tinham atraído o príncipe, fizeram-na cair aos olhos deste, que lhe retirou a sua real graça.

Tudo porque ela teve a audácia de surgir, numa festa formal, vestida exactamente igual ao príncipe e quando este lhe demonstrou a sua reprovação, respondeu enfiando-lhe gelo pelas costas abaixo.

O seu estatuto social modificou-se do dia para a noite e Lillie viu-se de novo sem dinheiro. A sua amiga, a actriz Sarah Bernhardt, convenceu-a a tentar os meios do palco. A notoriedade de Sarah ajudou ao salto de Lillie para a notariedade da sua carreira, e embora não revelasse grandes dotes para o teatro, foi muito popular junto do público inglês e representou para lotações esgotadas.

Alcunhada de ‘Lírio de Jersey’ devido à sua beleza e ao seu local de nascimento, rapidamente organizou a sua fama, tornando-se a cara de alguns dos mais conhecidos cosméticos da época, e dando nome a outros como o Creme Lillie e o Pó Lillie.

Tendo-se estabelecido na Inglaterra, decidiu então partir à conquista de novos horizontes e viajou com a sua companhia teatral para a América, em 1882 durante seis anos. A tournée foi um êxito sem limites. Representou para casas a abarrotar e foi tratada como uma rainha onde quer que fosse.

A determinada altura decidiu comprar um cavalo de corridas e participar nas corridas mas as regras do Jockey Clube proibiam as mulheres de se inscreverem como proprietárias e ela registou-se então como Mister Jersey. Como todos os seus empreendimentos, também este lhe valeu lucros elevados.

Nunca faltaram admiradores a Lillie, embora nem todos fossem muito recomendáveis. Um dos que lhe causou mais problemas foi Squire Abingdon, que a determinada altura chegou mesmo a agredi-la e depois, para ser perdoado a cobriu de presentes, incluindo um cavalo de corrida e um iate a vapor.

Quando se retirou dos palcos, aos quarenta e poucos anos, Lillie estava milionária. O pano final caiu sobre a sua vida a 12 de Fevereiro de 1929 e foi enterrada em Londres. Noticiando a sua morte, os jornais anunciaram-na como o ‘fim de uma era’. A sua história contou-a a própria na sua autobiografia ‘Os dias que conheci’, que revelou mais pelo que não disse do que por aquilo que ficou escrito.

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