Condessa de Ségur, escritora de livros infantis

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Condessa de Ségur
Condessa de Ségur

Ficámos a dever à Condessa de Ségur alguns dos mais belos romances para crianças e jovens de sempre, embora as opiniões acerca da sua forma de escrita se dividam entre reaccionária e inovadora.

Condessa de Ségur

Sophie Feodorovna Rostopchine nasceu em S. Petersburgo, no dia 19 de Julho de 1799, o mesmo dia em que foi baptizada, tendo por padrinho o czar Paulo I. A família era uma das mais conceituadas da Rússia.

O pai tinha casado aos 30 anos com uma jovem de 18 anos de idade, frequentavam a Corte, e era amigo do príncipe herdeiro, que o iria nomear Ministro dos Negócios Estrangeiros e Comunicações após a sua subida ao trono.

No entanto, o reinado de Paulo I foi de curta duração, devido à sua loucura. A família de Sofia retirou-se então para Voronovo, em 1801, uma quinta de ambiente requintado. A pequena Sofia era a mais nova de três irmãos e aos quatro anos já falava russo, francês, inglês e alemão e começava a escrever nestas línguas. Era considerada uma criança loura e bonita.

Nomeado Governador Geral de Moscovo, o pai de Sofia muda a sua família para a capital, mas com a invasão de Napoleão, o conde Rostopchine dá ordem para que a cidade de Moscovo seja incendiada e refugia-se de novo em Voronovo, onde toma uma atitude única: libertar os servos.

Casamento da Condessa de Ségur

Depois de ter sido aclamado como herói por salvar a cidade, foi depois acusado de ter agido de forma errada. Muda-se então para Paris, onde Sofia vem a casar, aos 20 anos, com Eugéne de Ségur, de 21.

Nasce o primeiro filho, Gaston, que vem a adoptar uma vida eclesiástica, contra os desejos da mãe. O segundo filho morre com poucos meses de vida, o que leva Sofia a enclausurar-se num castelo, oferta do pai como prenda de casamento, “Les Nouettes” que lhe vai servir como cenário para as suas histórias e como local para criar os netos.

A morte do pai foi outro duro golpe para Sofia, pois com ele mantinha um contacto por carta que a confortava das agruras da sua vida em Paris, onde nem a sogra a aceitava, considerando-a sempre demasiado provinciana.

Com o marido, um homem frio e gastador, a vida também não era feliz e mais se azedou quando o conde enviou o filho mais velho para um internato, contra os desejos de Sofia.

A última das suas filhas nasceu em 1835, num parto difícil que a levou ao leito por três anos.

A primeira alegria acontece no ano de 1848, quando nasce a primeira neta. Sofia é uma avó carinhosa. Decide então escrever um livro com conselhos sobre a forma de tratar a saúde e educar as crianças. É o primeiro passo para um contrato com uma editora, que a vai ajudar, através da escrita, como refúgio económico.

A morte de Eugene, deixa-a numa situação precária, o que a leva a mudar de casa para um pequeno apartamento de apenas três divisões. Com a saúde cada vez mais precária, Sofia tem de caminhar com o apoio de uma bengala. No dia 9 de Fevereiro a Condensa de Ségur morre no seu quarto segurando a mão do filho mais velho.

As suas reflexões incluem também os trabalhadores e as mulheres, que considera “fazedoras de costumes”. Deixou-nos um enorme tesouro com livros como “Memórias de um Burro”, “A Pousada do Anjo da Guarda”, “Novos Contos de fadas”, “Meninas Exemplares”, dedicado às netas Camila e Madalena, entre muitas outras jóias.

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