Uma questão genética, aquelas microscópicas cadeias de DNA têm mais força do que a civilização e vários anos de educação.
Enquanto os cientistas se empenham em descobrir, um a um, os não sei quantos milhões de genes que fazem de nós seres humanos, proponho-vos uma breve exploração a algo menos complexo, mas não menos importante na nossa existência: o cromossoma.
Uma questão genética
Os cientistas já os conhecem a todos – até porque não são milhões – no entanto talvez não tenham chegado ao âmago da questão. Ora senão vejamos:
Tomemos como exemplo o mais único de todos: o cromossoma y. Único porque acarreta o maior número de características – aquelas que distinguem o homem da mulher – porque o y é exclusivo deles.
Agora vejam bem até que ponto um cromossoma pode ser complexo e poderoso. No fundo, aquelas microscópicas cadeias de DNA têm mais força do que a civilização e vários anos de educação.
Sim, porque não há civilização nem educação que consigam incutir num homem a ideia de que a roupa interior não é para espalhar pela casa, o Van Damme não é o supra-sumo da masculinidade, a melhor comida do mundo não é um bife quase cru, calças pretas e sapatos castanhos ligam mal e as mulheres não escolhem os homens pelos carros. No entanto… o cromossoma y consegue tudo isto e muito mais.
Consegue também eliminar todas as características impostas pelo cromossoma x – que teoricamente deveriam permanecer – tais como a capacidade de estrelar um ovo sem sujar 10 utensílios de cozinha, ver um programa de televisão do princípio ao fim sem correr os 50 canais a cada 2 minutos, levar uma injecção sem desmaiar, ler um livro sem ilustrações e acordar a meio da noite para mudar uma fralda.
A genética é um mundo aliciante por explorar. No entanto, não é preciso ser-se um cientista para detectar algumas coisas que se vêm a olho nu, apesar de estarem confinadas a um único cromossoma: o y.
Cronista da Mulher Portuguesa: Patricia Esteves Nunes