Crónica: Os monstros da sociedade

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Cronistas da MulherPortuguesa
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Homens cruéis, de mentes perversas e pecaminosas. Abusam de menores, exibem-nos ao mundo, praticam actos repugnantes. Os monstros da sociedade continuam a escapar quase ilesos, e a pedofilia a construir a sua teia mundial…

A pedofilia tem sido um dos muitos temas desta semana que mereceu um lugar de destaque nas páginas dos jornais e nos noticiários televisivos.

Cada vez mais se descobrem casos de pessoas envolvidas em organizações que raptam menores, aliciam-nos e abusam deles sexualmente. Jamais recuperam a sua infância ou adolescência, e o mais certo é que tenham perdido de vez o caminho para construírem a sua própria identidade.

Os monstros da sociedade

Em Portugal, os pedófilos estão a aparecer dia após dia. Andam pelas ruas sob os olhares banais dos cidadãos, passeiam-se pelos jardins, rondam as áreas das escolas, embora aparentem ser pessoas normais.

Aliciam os mais novos com pequenas coisas, prometem-lhes um presente, e iniciam a escalada para a depravação. Que homens são estes que se sentem atraídos por crianças?

Que género de consciência e valores são os deles ao tocarem no corpo puro e casto de uma criança?

A pedofilia serve não só para proporcionar prazer a homens depravados e asquerosos, porque não podem ter outro tipo de qualificação, como promove também valores monetários impressionantes.

As fotografias e os filmes pornográficos infantis servem não só para bel-prazer daqueles que o fazem, mas também para encher as contas bancárias de dinheiro sujo e repelente.

O mais desagradável e inacreditável disto tudo é que as penas para este tipo de crimes continuam a ser ainda muito brandas, se tivermos em conta toda a versatilidade de traumas que uma experiência deste género pode provocar.

Os famosos Wonderland Club, grupo que colocava à disposição de outros pedófilos imagens pornográficas na Internet, foi levado a tribunal, e sete homens foram julgados no Tribunal de Kingston, Reino Unido.

Porém, desses sete homens, a pena mais dura foi a de dois anos e meio, à excepção de uma pena de 12 anos por violação a um outro membro. Contudo, o mais impressionante, é que ao cumprirem metade da pena na prisão a restante pode ser cumprida em liberdade condicional.

Ao todo eram mais de 700 000 imagens, 1800 horas de vídeos de pornografia infantil, 1200 crianças vítimas de abusos sexuais, todas elas menores de 16 anos. Convém referir o facto chocante de entre elas estar um bebé de 3 meses, que tal como outros sofreu abusos sexuais e constava como protagonista do muito material que a polícia apreendeu.

A pedofilia na Internet é um facto cada vez mais real. Crianças são usadas para excitar os monstros sociais que se deliciam em observar tamanhas cenas.

Aos pedófilos ainda não consegui encontrar um nome que os qualifique na sua exactidão, pois tudo aquilo que lhes possa apelidar parece ser pouco comparado com os actos que executam.

É necessário quanto antes alterar as leis relativamente à pedofilia, e fazer com que os pedófilos sejam realmente punidos, sem dó ou qualquer piedade. Não há qualquer justificação plausível para submeter uma criança a este tipo de situações.

Falta de sexo? Escassez de carinho e reciprocidade para obter prazer através dos adultos? Não importa! O que prevalece é que a pedofilia é um crime, e que assumindo essa condição, deve ser punida como tal!

Se a pedofilia por si só já é grave, os actos de abusos sexuais que são praticados no próprio lar são de uma repugnância muito maior.

Pais que abusam das crianças desde muito novas, violam-nas, e que as obrigam a calar esses momentos anos a fio. Não será o amor dos pais puro o suficiente para estas situações serem evitadas? Combater a pedofilia é, por si só, complicado, mas denunciar uma das pessoas que proporcionou a presença de um ser no mundo é ainda mais complexo.

Se se consegue, muito tardiamente, soltar uma criança das garras de um pedófilo, como fazer para libertá-la dos gestos incestuosos de um progenitor? E, se fosse um filho seu?…

Falar de pedofilia é ir contra os valores da maioria dos seres humanos: preservar a vida tal como ela é, mergulhar na infância com tudo aquilo a que se tem direito, entrar na adolescência ciente das dúvidas e irreverências desta fase, estabelecendo mais tarde metas e objetivos para o adulto.

Em qualquer uma destas fases, o ser humano deve preservar a sua identidade, por mais conflituosa que ela possa parecer, sem que, no entanto, uma experiência sexual contra a sua vontade e antecipadamente consumida lhe possa trazer a dor ainda na idade da inocência.

Os monstros da nossa sociedade mundial devem cumprir penas pesadas, adequadas aos seus actos pecaminosos, para que possam ser punidos e sentirem no íntimo aquilo que milhares de jovens e crianças já sentiram.

E, não se esqueçam que os monstros não o são eternamente, pois num abrir e fechar de olhos podem tornar-se as presas das autoridades.. É só preciso alterar o sistema e lutar por uma forma de justiça mais Justa!

Cronista da Mulher Portuguesa: Ana Amante

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