A sociedade de irmãos de Robert Bly

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A sociedade de irmãos
A sociedade de irmãos

A sociedade de irmãos, um estudo profundo acerca dos dias de hoje que pode ajudar os pais a compreenderem os filhos e estes a perceberem que o mundo continua a mudar, mesmo sem as suas acções.

A sociedade de irmãos

De Robert Bly, este livro analisa as relações que são criadas entre pais e filhos, ao longo da história e principalmente os pais da geração do Boom dos anos 60, que continuam a comportar-se como crianças e os respectivos filhos, crianças que não querem ser adultas.

“É o pior dos tempos, é o melhor dos tempos”, assim começa a visão algo negativista do autor acerca das duas gerações mais novas que se cruzam, mas de uma forma em que nunca existem verdadeiras relações de pais-filhos.

Da repressão usual para com as crianças, a sociedade actual passou a uma fase de fantasia, em que os pais são mais infantis que os jovens, criam para eles mundos de fantasia, com vidas laterais, visões de relance da vida e uma vivência das emoções através da televisão, que permite ver a igualdade que existe em todo o mundo, algo que se repara, mas não permite que se olhe e observe com atenção as desigualdades que crescem cada vez mais entre os países ricos e pobres, já para não falar em outros factores.

Trata-se de uma dissecação da sociedade actual, dos privilégios de alguns face às lutas de muitos e modos de olhar a vida e de encarar o presente, uma sociedade de “semi-adultos, edificada sobre os alicerces da tecnologia e da abundância”, para além das invejas que fazem cair ídolos e presidentes em menos de um fósforo.

Mas os irmãos são também aqueles que partilham os interesses comuns, na música, na moda e, acima de tudo, no mundo da informática, que alcançou os lares com uma força nunca antes vista.

A televisão, com o seu poder de criar ilusões e de estupidificação, auxilia na selvajaria primitiva que a actual música tem presente, na transmissão de filmes de acção e do uso de piercings por parte dos jovens que servem de modelo a outros.

As relações entre pais e filhos são apresentadas acompanhadas de fábulas bem conhecidas de todos nós, onde é feita uma interpretação psicológica de todas essas relações, também através das diferentes religiões.

A visão da família actual em conjunto com o facto desta destruir todas as ligações com o passado, sem preservar o que os tinha sustentado, numa luta pelo individualismo, percorre todo o livro assim como as relações entre os homens e as mulheres, com o mundo masculino mais valorizado.

Um estudo profundo acerca dos dias de hoje que pode ajudar os pais a compreenderem os filhos e estes a perceberem que o mundo continua a mudar, mesmo sem as suas acções.

Uma edição Sinais de Fogo.

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