Porcelanas chinesas em Cascais de Manuela de Oliveira Mota
Porcelanas chinesas em Cascais
O lançamento da referida obra teve lugar na Casa-Museu Condes de Castro Guimarães, no passado dia 7 deste mês.
Manuela de Oliveira Mota, licenciada em Ciências Histórico-Filosóficas, editou o livro-catálogo, “Porcelanas Orientais da Colecção do Museu Condes de Castro Guimarães”, sob o patrocínio da Câmara Municipal de Cascais e da Fundação do Oriente. O lançamento do livro ocorreu na passada terça-feira, 4 de Abril, na Casa-Museu Castro Guimarães.
Numa edição de 2000 exemplares e numa acção conjunta, a Câmara Municipal de Cascais (C.M.C.) e a Fundação do Oriente, colaboraram no lançamento do livro “Porcelanas Orientais da Colecção do Museu Condes Castro de Guimarães”.
A autora, Drª Manuela Mota, foi Conservadora do Museu Calouste Gulbenkian de 1969 a 1991 e é especialista em Arte Oriental desde 1978, data em que começou a exercer o cargo de Conservadora Principal dessa secção no Museu.
O lançamento da referida obra teve lugar na Casa-Museu Condes de Castro Guimarães, no passado dia 7 deste mês. Foram convidados para apresentar o livro, para além da autora, José Jorge Letria, Vereador da Cultura da C.M.C e Carlos Monjardino, Presidente do Conselho de Administração da Fundação Oriente.
De uma apresentação de catálogo muito agradável, a autora no seu prefácio, contextualiza as referidas peças de porcelana oriental, numa “…colecção centrada na Dinastia Qing, dos primeiros aos últimos reinados.” Os portugueses foram os primeiros a encomendar directamente peças de porcelana, sobretudo baixelas, à China, desde as primeiras décadas de Quinhentos.
Como tal, o preciosismo desta colecção, torna-se bem notório e relevante.
Segundo a Drª Manuela Mota, “a primeira onda de porcelanas que chegou à Europa – denominada “porcelana de carraca” (nome dado às naus portuguesas que primeiro a transportaram) – deslumbrou os europeus pela beleza da sua matéria, pelo exotismo de decoração e frescura das cores e habituou-os ao seu uso tanto utilitário como decorativo.” Na época, era relativamente fácil encomendar peças de porcelana oriental, talvez por esta razão, o pouco cuidado que se tinha com as mesmas.
Porém, a qualidade das peças foi decrescendo, o que originou de imediato, uma tendência para o coleccionismo, especialmente das porcelanas da Dinastia Ming, de elevada qualidade. Por este motivo, era frequente estas colecções estarem expostas, caracterizando assim “… a classe abastada da sociedade portuguesa, no final do século XIX e início do século XX…”, explica-nos a autora.
Presidente da Associação Portuguesa de Museologia, durante 16 anos, a Drª Manuela Mota, revelou ao público um espólio culturalmente rico, quer pelo seu valor histórico, quer pela sua raridade e beleza. O catálogo, ordenado geograficamente e cronologicamente, apresenta-nos peças raras como “o serviço de caril, formado por seis covilhetes, prato coberto central e estojo da laca para conservar a temperatura”, ou a terrina que pertence à baixela levada por D. João III, aquando a sua partida para o Brasil com a Corte Portuguesa.
“Um livro de arte e de memória que eterniza o que é raro e o que é belo” foram as palavras de José Letria, Vereador da Cultura da C.M.C. quando abriu a sessão de lançamento do referido estudo de catálogo. Um dos fins deste livro será também “… o estreitamento dos laços históricos que unem a Europa à Ásia, desígnio que é afinal, a vocação da Fundação do Oriente”, sublinhou ainda o seu Presidente do Conselho de Administração, Carlos Monjardino.
Um livro-catálogo, com um valor histórico e cultural inegável que também nos desvenda um pouco do requinte e do gosto pelas artes e coleccionismo, dos Condes de Guimarães. A sua casa, convertida em Museu, reúne um espólio, quer a nível das muitas obras de arte, como a nível da já muito considerada, biblioteca.
O livro-catálogo das ‘Porcelanas Chinesas’ é assim. Também um convite a visitar o espólio do Museu Lurdes de Castro Guimarães.