O tempo nas palavras de António Alçada Baptista

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O tempo nas palavras de António Alçada Baptista

A Editorial Presença convida os seus leitores a ler O Tempo nas Palavras de António Alçada Baptista. Um livro onde as crónicas jornalísticas preenchem as suas 334 páginas.

O Tempo nas Palavras

É um livro onde se podem encontrar crónicas que Alçada Baptista escreveu para o jornal ‘A Capital’, desde a década de 70. Sempre muito próximo da linguagem escrita, Alçada Baptista passou a criar com a crónica uma relação muito próxima, como ele mesmo afirmou.

O livro que hoje lhe propomos apresenta crónicas de 14 de Março de 1972 até à data de 23 de Abril de 1974. Estas crónicas marcam a diferença dos anos loucos da década de 60, e da liberdade democrática alcançada após o 25 de Abril de 1974. De temas vulgares e outros mais camuflados, é notório esforço em não abordar as linhas que ferissem o antigo regime.

Longe das liberdades dos nossos tempos era complicado escrever aquilo que se pensava, ou fazer uma análise reflexiva dos factos da sociedade. O regime não o permitia, e o ultrapassar das marcas estipuladas obrigava a graves consequências que eram dirigidas aos escritores e jornalistas daqueles tempos.

Estas crónicas que O Tempo das Palavras nos mostra são elaboradas numa fase em que a censura exercia fortemente o seu papel, e onde a mensagem era passada em forma de código para que os governantes não a entendessem.

Foi através desta forma de escrita peculiar que António Alçada Baptista criou um estilo característico, e que lhe valeu a ligação fácil dos textos que escreve à sua pessoa em particular.

Dois anos de crónicas escritas para o jornal ‘A Capital’ é o que O Tempo nas Palavras oferece aos leitores deste livro. Autor de muitos livros, este licenciado em Direito, teve sempre uma ligação muito próxima com o jornalismo.

António Alçada Baptista é um dos nomes emblemáticos da nossa escrita, e estas crónicas vêm revelar um tempo no qual escrever e falar exigia uma grande capacidade de omissão- a liberdade tardava em chegar. Mas, António Alçada Baptista conseguia romper, implicitamente, as leis que regiam as palavras.

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