Porto: o futuro para 2001

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Porto 2001: o futuro para 2001
Porto 2001: o futuro para 2001

Porto 2001 continua em andamento, agora com uma nova líder – Teresa Lago. Ultrapassada a questão da demissão de Artur Santos Silva, o projecto para a Capital Europeia da Cultura continua a todo o vapor.

Porto: o futuro para 2001

O Porto 2001 arrancou de forma conturbada, com a demissão de Artur Santos Silva a pouco mais de um ano da data de concretização do projecto. Ultrapassada – esperemos que atempadamente – esta fase crítica, a próxima Capital Europeia da Cultura promete bastante.

Uma festa da cultura, envolvendo diversas escolas e instituições ligadas à arte e ao espectáculo, garantindo uma considerável promoção e requalificação cultural da cidade. É este o grande objectivo do projecto que, desde o início desta semana, conta com uma nova responsável – a astrónoma Teresa Lago.

Ao que parece, de entre todos os nomes mencionados, o presidente da Câmara Municipal do Porto, Nuno Cardoso, convidou apenas Nuno Azevedo e Carlos Costa. Perante a recusa de ambos, a escolha do autarca portuense recaiu sobre Teresa Lago, alguém que considera dotada de “grande capacidade de trabalho e energia mobilizadora, perfeitamente à altura de conduzir o projecto.

Para além disso, e antes de passar à liderança do projecto, Teresa Lago já pertencia ao Conselho Consultivo da Sociedade Porto 2001.

Os grandes objectivos da Sociedade para 2001 passam pela construção da Casa da Música, de forma a preencher uma grave lacuna na cidade do Porto: a ausência de um espaço devidamente equipado e com condições capazes para receber e albergar todo o tipo de profissionais e espectáculos dedicados à música. Projectado está também o Palácio Cultural do Porto onde, entre muitas outras coisas, ficarão instaladas a galeria municipal e a nova biblioteca.

A programação deste projecto é baseada no conceito “Pontes para o Futuro”, o que automaticamente passa por uma associação à imagem da cidade do Porto.

A renovação urbana, tanto a nível cultural como habitacional, juntamente com uma agenda bem preenchida de espectáculos de música, teatro e exposições de artes plásticas, são as grandes apostas da organização para que a cidade do Porto faça justiça ao título de Capital Europeia da Cultura.

E apesar de à primeira vista nos parecer pouco apropriada a escolha de uma cientista para liderar um projecto cultural, sem dúvida que o método e o rigor associados à ciência serão fundamentais para que o projecto funcione em pleno.

Teresa Lago, sucessora de Artur Santos Silva, é a fundadora e actual directora do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto, assim como do Planetário, e foi a escolha surpresa do presidente da Câmara Municipal do Porto, Nuno Cardoso, recentemente apresentada em conferência de imprensa.

Curiosamente, e apesar de toda a especulação a este respeito, o nome de Teresa Lago nunca constou da vasta lista avançada pela imprensa e que incluía os mais presumíveis candidatos ao lugar – de entre os quais se destacou o nome de Miguel Cadilhe, o ex-ministro do governo de Cavaco Silva.

Quanto a isto, o autarca portuense esclarece que, “infelizmente a responsabilidade da escolha recaiu sobre mim; e eu escolhi a dra. Teresa Lago.”

Teresa Lago é doutorada em astronomia e está actualmente à frente do European Masters Degree in Astronomy – um programa de graduação universitária apoiado pela UE. É delegada nacional do Observatório Europeu do Sul, associada da Royal Astronomical Society e membro da Academia Europa.

Personalidade de grande prestígio no meio universitário e científico, Teresa Lago não hesitou em aceitar o convite de Nuno Cardoso – feito um tanto ou quanto em cima da hora.

A astrónoma diz, no entanto, que dispôs “do tempo de que normalmente necessito para tomar uma decisão deste género”. Ao que tudo indica, não lhe faltam a vontade e a capacidade para levar adiante o projecto com o maior sucesso. Em 2001, o Porto vai certamente ser uma Capital da Cultura concebida com rigor científico.

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