Gil Vicente em cena no Teatro da Cornucópia

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Frágua de Amor e Floresta de Enganos, de Gil Vicente, a estrear no teatro da Cornucópia, com encenação de Luis Miguel Cintra.

Frágua de Amor e Floresta de Enganos, de Gil Vicente, estrearam-se dia 17 de Fevereiro, no teatro da Cornucópia, com encenação de Luis Miguel Cintra. O teatro deste conhecido encenador, continua ainda a fazer furor na sociedade moderna dos nossos dias.

A partir de 17 de Fevereiro, de Terça a Sábado, após as 21.30 e, aos Domingos, a partir das 16 horas, poderá assistir às peças que remontam ao século XVI e, centradas em volta da imagem do Cupido.

O grupo da Cornucópia transformou as peças de comédia da corte de D.João III, numa verdadeira metáfora teatral dos dias de hoje. Para trás ficaram as encenações pobres e escassas de artefactos teatrais, às quais Gil Vicente nos habituou.

“Frágua de Amor”, é uma comédia que remonta a 1524. Alegórica por excelência, demonstra a forma como um rei, consegui possuir um castelo, auxiliado pelo seu companheiro Cupido. Aqui, estão retratados valores imprescindíveis, como a nobreza da justiça, e a possibilidade de satisfação de vários desejos, que comandam os homens.

“Floresta dos Enganos”, implicitamente ligada à primeira peça devido ao dito Cupido, demonstra a fuga do próprio Cupido a Vénus. A ida para a terra com o intuito de encher os corações dos homens de amor.

As coisas não são assim tão lineares, como é verificado na obra de Gil Vicente. O Deus do Amor é enganado, neste mundo de perdição e de cínismos, de corrupção e de maldizer. A figura característica da personagem humana, está espelhada na perfeição no teatro da Cornucópia.

A obra de Gil Vicente com séculos de idade, adivinhava já na altura o destino fatal que a humanidade teria. O Teatro da Cornucópia, apresenta quase na perfeição o retrato da alma humana, com “Frágua de Amor” e “Floresta de Enganos”.

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