Águas livres na EPAL

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Águas livres na EPAL
Águas livres na EPAL

Águas livres na EPAL

A EPAL hoje faz uma sintese do passado, presente e futuro, que nos permite evoluir desenvolver e realizar projectos, e acho eu, é um orgulho podermos contar com uma empresa que nos conta a história das cidades de Portugal.

Foi por decreto real, que a 13 de Maio de 1731, o rei D. João V autorizou a construção do Aqueduto das Águas Livres, obra dirigida pelos Brigadeiro Manuel da Maia e Sargento-Mor Custódio Vieira. No ano de 1744, a água começa a correr num tanque nas Amoreiras, e em 1948 inicia-se o abastecimento diário à cidade de Lisboa. A partir de 1868 é criada a CAL – Companhia das Águas de Lisboa, mais tarde EPAL, que fica encarregue de abastecer a população. Para saber um pouco mais acerca da empresa e dos aspectos culturais que desenvolve, a Mulher Portuguesa conversou com a Dr.ª Margarida Ruas, directora do gabinete de imagem da empresa.

“A EPAL é uma empresa com 132 anos e hoje faz uma síntese do passado, presente e futuro, que nos permite evoluir e realizar projectos. É um orgulho podermos contar com uma empresa que também faz ela própria a história da cidade e de Portugal. Por um lado temos uma imagem de empresa com história, que cuidou bem dos seus testemunhos e do seu património histórico e que o colocou à disposição, e por outro lado somos uma empresa moderna, com modernas tecnologias, como a telegestão no abastecimento da água, a estação de tratamento de água da Asseiceira, uma das mais modernas da Europa e o adutor de circunvalação que se destina a prever as necessidades a longo prazo”.

Para tal, a empresa colocou à disposição dos utentes o museu da Água, inaugurado no dia 1 de Outubro de 1987, Dia Nacional da Água e que conta com quatro núcleos: O Aqueduto das Águas Livres com 127 arcos e uma extensão de 18,5 km, sem contar os seus ramais, os Reservatórios da Mãe de Água das Amoreiras e da Patriarcal e a Estação Elevatória a Vapor dos Barbadinhos, que integra as salas de exposições permanentes e temporárias e o arquivo histórico, em edifícios construídos entre os séculos XVIII e XIX.

E Margarida Ruas explica o funcionamento do museu: “ali funcionam exposições, teatro, bailado, certa vez com os dois bailarinos principais da Gulbenkien a dançar dentro do reservatório. O ano passado tivemos o Coro Alania, do Caúcaso”. Mais recente é a introdução, através de visitas marcadas do percurso “A Rainha Refresca-se” que leva a um passeio que refaz o percurso que a família real a corte e o povo realizavam ao deslocar-se de Mafra a Lisboa, Sintra ou Queluz, passando pelo Aqueduto das Águas Livres.

Para este ano a agenda já está preenchida e entre outras actividades há a destacar no dia 11 de Maio a inauguração da exposição da Maria Teresa Mimoso, estilista que acompanhou Amália Rodrigues, com todos os trajes e artigos pessoais usados pela fadista ao longo da sua vida profissional, numa acção conjunta com os museus do Teatro e do Traje.

No dia 15 de Junho vai ter lugar uma exposição de todos os países da União Europeia. As exposições são distribuídas pelos quatro espaços, “com a preocupação de serem de artistas de renome, mas também dando a oportunidade a quem está a começar. Não há forma de dar resposta a todos os pedidos, por isso, é efectuada uma exposição colectiva no final do ano com todos os artistas que não puderam expor individualmente. O que pedimos depois é que o artista deixe uma obra para o acervo do museu”.

Com vista a um encaminhamento e ao despertar da consciência ecológica, a EPAL criou um serviço de apoio a professores, o projecto “Águas Livres” com três publicações destinadas às diferentes faixas etárias das escolas da área de abastecimento da empresa e ainda um serviço para os professores, sobre a importância da água.

Todos os anos decorre também um concurso para as escolas, ligado ao uso eficiente da água, com prémios para as turmas vencedoras, às escolas e aos alunos que participaram no projecto: “a estes damos máquinas fotográficas para que possam registar o que há de bom e de mau no ambiente. Noutra iniciativa, atribuímos bolsas a turmas que apresentam trabalhos científicos ligados a problemas ecológicos, de forma a que durante o ano lectivo possam por em prática esse projecto”.

A EPAL abastece dois milhões e meio de pessoas, um quarto da população portuguesa com uma rede que tem a extensão igual à distância entre Portugal e a Tunísia.

“Temos sempre projectos de inovação, e contamos com uma área, dentro da direcção, de inovação e desenvolvimento, que verdadeiramente cuida e toma conta dessa área, assim como faz a articulação e estabelece as sinergias necessárias com outras empresas, autarquias etc.

Fomos também convidados, e estamos a aguardar resposta, pela Organização do Património Industrial, para nos candidatarmos a um projecto no âmbito da Unesco, que ajuda durante dois ou três anos à conservação dos aquedutos do mundo.

O grande desejo da nossa parte é propor a candidatura do Aqueduto das Águas Livres a património da Humanidade” referiu Margarida Ruas.

Da próxima vez que abrir uma torneira da sua casa, tenha em conta que esta não nasce do outro lado da parede e procure poupar um pouco, e pode também efectuar os seus espectáculos de canto noutro local que não no chuveiro.

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