American Beauty, numa casa americana fica bem

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American Beauty, numa casa americana fica bem
American Beauty, numa casa americana fica bem

Depois do sucesso no mercado americano, American Beauty chega agora às salas de cinema nacionais. A expectativa é muita, já que o filme de Sam Mendes encontra-se entre os principais candidatos para a corrida aos Óscares. Depois do sucesso no mercado americano, American Beauty chega agora às salas de cinema nacionais.

A expectativa é muita, já que o filme de Sam Mendes encontra-se entre os principais candidatos para a corrida aos Óscares. A 57ª edição dos Globos de Ouro – os prémios da Associação da Imprensa Estrangeira de Hollywood – deram-nos já uma pequena ideia do que pode vir a acontecer…

No passado dia 23 de Janeiro, American Beauty subiu ao palco do Beverly Hilton Hotel por três vezes para receber os prémios de Melhor Filme Dramático, de Melhor Realizador e de Melhor Argumento.

De parte ficaram as nomeações de Melhor Actor e Actriz principais num filme dramático. Mas a situação pode ainda mudar no próximo mês de Março, mais precisamente no dia 26, quando forem conhecidos os vencedores da 72ª edição dos Óscares americanos.

Uma casa fabulosa com um bom carro à porta, uma carreira de sucesso e uns filhos lindos de morrer… No fundo, uma vida feliz e cheia de harmonia. Que mais se pode pedir? Estes são os principais ingredientes do sonho americano, presente no imaginário de muitas pessoas.

Mas Sam Mendes não parece ter dúvidas: por detrás deste mundo cor-de-rosa, encontramos uma outra realidade bem mais cinzenta. Para o realizador de American Beauty, uma simples e aparente vida pacata guarda algo mais do que isso, esconde um lado sinistro ou obscuro que tendemos a guardar bem lá no fundo do nosso ser. É este o tema central do filme que estreia hoje. E qual o local mais apropriado para situar a acção? Os subúrbios das grandes cidades americanas.

Mas vamos à história de American Beauty,

Lester (Kevin Spacey) e Carolyn (Annette Benning) Burnham formam um casal aparentemente feliz com a vida que levam.

Sucesso é uma palavra que não lhes falta no vocabulário: no emprego, com os vizinhos, em casa, tudo lhes corre da melhor maneira possível.

A sua filha Jane (interpretada por Thora Birch) também não parece escapar a esta espécie de destino: ela é, simplesmente, um modelo de beleza. Mas, como frequentemente as aparências enganam, a verdade é que a vida não lhes é assim tão simples…

Ressentimentos, hostilidades ou falta de comunicação e de carinho são aspectos do outro lado da realidade, tão bem conhecidos por esta família em particular.

O que nos fica assim, quando abrimos a cortina, é um pai que sofre com a crise da meia-idade, uma mãe para quem o dinheiro e a posição social é tudo e uma filha que vive obsecada pela sua aparência física.

A estas três personagens acabam por se juntar muitas outras que nos dão a ideia de uma sociedade que vive sobretudo das aparências e onde se esconde mais do que se mostra.

Assim, entram em cena personagens como a de Angela (Mena Suvari), a melhor amiga de Jane, por quem Lester se apaixona e com quem tem fantasias sexuais que envolvem práticas como a violação.

E não se pense que Carolyn fica atrás… Bem pelo contrário… Mas há mais… Uma nova família acaba por se instalar na casa vizinha à de Lester e Carolyn: um ex-marine fanático (Chris Cooper), uma mulher submissa (Allison Janney) e um filho voyeur (Wes Bentley), que ganha dinheiro a traficar drogas leves. É, então, à volta deste mundo que gira uma história onde a hipocrisia, as necessidades reprimidas e os desejos insatisfeitos são os ingredientes essenciais.

A ideia de conforto, que nos é tão querida, é aqui posta em causa como um entrave à quebra com toda uma vida que nos deixa insatisfeitos

Uma ideia que não nos é, aliás, nada estranha… American Beauty marca a estreia de Sam Mendes no mundo do cinema. Os seus trabalhos anteriores resumiam-se ao teatro onde, aliás, é uma figura que conhece grande prestígio e notoriedade. De Londres a Nova Iorque, o nome de Mendes já não é estranho ao público que acorre às grandes produções teatrais.

Entre as suas principais obras encontramos “The Blue Room” ou a revisitação ao clássico “Cabaret”. E, pelo que parece, a sua entrada no mundo da Sétima Arte fez-se pela porta grande… Uma mistura de drama e de comédia negra, American Beauty é um filme que não a vai deixar indiferente.

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