Saiba porque se afirma que as mulheres sofrem mais

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Saiba porque se diz que as mulheres sofrem mais
Saiba porque se diz que as mulheres sofrem mais

A situação das mulheres no mundo continua a ser dramática, afirma um documento divulgado pelas Nações Unidas onde se afirma que as mulheres sofrem mais que os homens.

Morte após o parto, desigualdades profissionais, doenças e violência dentro e fora de casa, são o quadro negro que o relatório anual do Fundo das Nações Unidas para a População traça para as mulheres.

Porque se afirma que as mulheres sofrem mais

Com o título “Vidas em Comum, Mundos Separados – Homens e Mulheres em Tempos de Mudança”, o documento assinala a urgência de “pôr termo à discriminação sexual como uma prioridade urgente de direitos humanos e de desenvolvimento”.

No topo da listagem está a violência conjugal, que atinge ainda nos nossos dias um terço do número de mulheres.

O relatório alerta para que: “no mundo inteiro, pelo menos uma em cada três mulheres foi espancada, coagida a ter práticas sexuais ou vítima de outro tipo de abuso, na maioria dos casos por alguém seu conhecido, nomeadamente o marido ou outro elemento masculino da família.” E nem na gravidez as mulheres se podem considerar seguras já que uma em cada quatro foi vítima de abusos durante esse período.

No panorama geral, os homens ainda consideram que estão a disciplinar as mulheres quando estas não lhes obedecem, respondem de forma agressiva, recusam-se a ter relações sexuais, não cuidam da casa e da família como eles acham que deveriam, mesmo tendo em conta que trabalham fora ou quando se rebelam em situações de infidelidade conjugal.

E estes problemas não se colocam apenas nos países subdesenvolvidos como à partida se poderia pensar. Nos Estados Unidos uma mulher é espancada, geralmente por um familiar, de 15 em 15 segundos e todos os anos cerca de cinco mil mulheres e raparigas são vítimas dos chamados “crimes de honra”

O estudo adianta que dois terços dos 300 milhões de crianças que não têm acesso à educação são raparigas e dois terços dos 880 milhões de analfabetos adultos são mulheres.

Não menos importante é a questão da saúde no mundo feminino, em que este estudo vem provar que as mulheres estão mais sujeitas a doenças, quer pelas más condições sociais em que vivem quer pelo tipo de trabalho que são obrigadas a praticar.

A Sida está mais disseminada entre o sexo feminino, sendo a principal causa de morte em países como a África e a quarta causa mais comum no mundo inteiro. Em dados relativos a 1999, ficou comprovado que o número de mulheres infectadas com o vírus era superior em dois milhões ao dos homens, em parte devido a que muitas são obrigadas a prostituir-se.

Mas as questões sexuais não se ficam por aqui e a ONU apresenta ainda preocupações para uma prática comum, embora desumana, em muitos países da África e da Ásia Ocidental, a excisão, ou mutilação do clitóris feminino, que afecta mais de 100 milhões de mulheres. Feita em más condições de higiene, sem anestésicos, com risco de infecções, choque e dificuldades no parto, esta “operação” pode mesmo levar à morte.

Acto exclusivo das mulheres, a gravidez continua ainda a colocar problemas por todo o mundo. Cerca de 80 milhões de gravidezes, perto de um terço de todas as que acontecem, são indesejadas. Isto leva à procura de soluções que colocam em perigo a vida da mulher, muitas das vezes em situações que tem de enfrentar completamente sozinha.

Segundo dados das Nações Unidas, todos os anos são praticados cerca de 50 milhões de abortos, 20 milhões dos quais em condições de risco, levando à morte 78 mil mulheres, um quarto das quais com idades entre os 15 e os 19 anos. Apenas metade dos partos, nos países em vias de desenvolvimento, é assistida, facto que resulta na morte de 500 mil parturientes por ano.

Para combater estas ideias preconceituosas, as Nações Unidas têm lançado campanhas de informação acerca dos direitos e saúde e o relatório sugere medidas para terminar com estas formas de discriminação. Estas medidas passam pela constituição de parcerias entre os governos e a sociedade civil e todos os países, de forma a terminar com as situações de desigualdade.

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