As horas de Michael Cunningham da Gradiva
As horas
A partir da vida de Virgínia Woolf, Michael Cunningham constrói uma história que entrelaça três épocas diferentes, mas três mulheres muito parecidas.
Devido aos seus estados de ansiedade, Virgínia foi levada para Richmond pelo marido onde luta desesperadamente para escrever mais um romance. A sua natureza rebelde leva-a a não se enquadrar no mundo dos anos 20 em que vive e acaba mesmo por acabar com a própria vida.
Anos depois Laura Brown delicia-se com o último romance de Virgínia, enquanto o seu espírito rebelde encara a vida familiar como mais uma tortura da sua vida, mesmo tendo um marido e filhos exemplares. Mas Laura precisa de algo mais.
Perto de cinquenta anos mais tarde, quase no final do século XX, Clarissa sai de casa para comprar flores e encara o mundo como um lugar maravilhoso. Também ela aprendeu a lidar com os que a rodeiam e criticam, e a deixar que o seu espírito leve a melhor.
Ao longo de todo o romance entrelaçam-se as diferentes épocas e desfila uma enorme quantidade de personagens, cada qual com os seus problemas mas em todas as páginas se sente um cheiro a morte eminente.
Tal como o autor coloca em palavras de Virgínia Woolf os seus pensamentos quando diz: “Mortos somos revelados nas nossas verdadeiras dimensões, que são verdadeiramente modestas”.
A Sida e o homossexualismo também têm o seu papel reservado nestas páginas.
Este romance, que nos chega através da editora Gradiva, venceu todos os prémios literários em que participou no ano de 1999, do Pulitzer ao Pen/Faulkner, entre vários outros, incluindo o American Library Association´s Gay Lesbian & Bisexual Award.