Guerra

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Guerra nuclear
Guerra nuclear

Ao entrarmos no novo milénio parecia que algo mágico aconteceria com a raça humana e começariamos a nos comportar como seres mais avançados e mais civilizados. Mas não foi assim e nada ao nosso redor demonstra que alcançámos “algo” especial e que mudámos o nosso antigo comportamento.

Depois de ultrapassarmos a marca do ano 2.000 assistimos a destruição das torres de New York, a guerra no Afganistão e continuam as tantas guerras dos miseráveis na África, na Chechénia e várias guerrilhas por esse planeta a fora.

Nada de mágico aconteceu, ao contrário, retornámos aos tempos das cruzadas e os fanáticos muçulmanos declararam guerra aos “infiéis” do ocidente!

Agora estamos vivendo o suspense da guerra no Iraque e as partes envolvidas no ataque tentam convencer a opinão pública de que será válido e correcto matar uma quantidade imprecisa de seres humanos para destronar o insano Sadan Hussein. O próprio Sr. Insano tenta escapar do ataque fazendo o velho jogo do gato e rato escondendo armas de destruição de massa que os atacantes venderam a ele.

Assim caminha a humanidade, para mais uma guerra suja e cheia de interesses económicos. Como podemos constatar, nada mudou na raça humana, desde que um homem decidiu matar o outro na pré-história. Milhões de anos se passaram e nada mudou. Continuamos a matar parentes próximos por ódio, maridos matam suas esposas por possessão doentia, pais que matam filhos, amigos que dicutem e se matam, assaltantes que matam por algum valor monetário, loucos que matam por prazer e soldados que matam por ideais de guerra.

Homens que usam roupas ridículas, botas, facas, capacetes, aparelhos de precisão e metralhadoras nas mãos. Aprendem a obedecer sem questionar e a eliminar outro ser humano com rapidez e eficiência. Estudam tácticas napoleónicas de ataque que não se modificaram com a tecnologia disponível. Mísseis, carros armados, aviões e navios gigantescos entram em acção para eliminar o inimigo.

Inimigo esse que por mais que pense diferente do atacante, tem pai, mãe, namorada, talvez filhos e toda uma estória de vida nos seus olhos assustados segundos antes que uma bala lhe estoure o cérebro.

Não, não me convece. Não acredito na possibilidade de uma guerra modificar uma cultura diferente da minha. Nao acredito que uma guerra traga paz a um povo sem que a dor seja maior que a própria paz. Não acredito na paz vinda de uma guerra, seja ela qual for. Não acredito no sangue derramado de alguém que nem conheço. Não acredito que a dor, a destruição e a morte de milhares de crianças, mulheres, adolescentes, homens e velhos justifique uma única batalha.

Qual será o próximo passo? Dividir o planeta em ocidente e oriente? Dividir entre árabes muçulmanos e os infíeis ocidentais?

Não, não consigo acreditar que a dor e o sofrimento sejam solução para um conflito. Não acredito nas “forças armadas” e isso me lembra ditadura e tortura e dor e sangue e mais sangue e vingança que traz mais dor que traz mais sangue.

Acredito na “força da palavra”, no bom senso e no respeito à vida humana.

E você em que acredita?

Tania Rocha – Escritora

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