Crónica: Clandestinidade no Governo

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Crónica da Mulher Portuguesa
Crónica da Mulher Portuguesa

E se o povo executasse um tribunal público, do género dos da Inquisição, e declarasse o Governo culpado? Certamente, não haveria garrotes que chegassem…

Clandestinidade no Governo

Há muita coisa clandestina. Ao largo da costa portuguesa há barcos que transportam produtos clandestinos. Há bares sem qualquer licença! Há negócios ‘escuros’ que se realizam sob o manto negro do não cumprimento da lei.

A clandestinidade reina sem que nada possamos fazer, mas se esperávamos que essa teia de factos não declarados fosse apenas do lado de cá, estamos redondamente enganados. O governo, como que não querendo fugir ao lema das ‘trafulhices’ do ‘Zé Povinho’, também não se ficou atrás.

E, por isso mesmo, existe uma fundação, até à data clandestina para os portugueses: Fundação para a Prevenção e Segurança.

Antigamente, há muitos séculos atrás, na Idade Média, o destino dos hereges era a fogueira, mas caso confessassem a sua culpa eram garroteados e só depois entregues às chamas numa praça pública qualquer.

De facto, não voltámos ao Tribunal do Santo Ofício, nem à época em que era obrigatório espalhar a fé cristã. Todavia, se aplicássemos essa legislação hoje em dia, talvez as coisas funcionassem de outra forma. E, a lei, aplicar-se-ia a todos as pessoas, incluindo a classe menos honesta ou, provavelmente, a menos verdadeira do país: os deputados!

Afinal, o que é o governo? Um conjunto de pessoas que a população elegeu, ciente das suas convicções, uns mais que outros, e que esperava o mínimo de retribuição da sua confiança no Governo.

Ora, essa classe eleita pelos cidadãos, a que se deu o nome de Governo, não conseguiu igualar as expectativas daqueles que neles votaram. Para agravar ainda mais as coisas, descobre-se recentemente a existência de uma fundação estranha, misteriosa, e que se escondia por detrás dos rostos bem disfarçados do Primeiro Ministro, Armando Vara ou Luís Patrão.

Em Maio, foi criada a Fundação para Prevenção e Segurança, reconhecida por Armando Vara, mas quando Fernando Gomes foi nomeado Ministro da Administração Interna os apoios a essa fundação foram cancelados. Porém, a fundação persistiu, e manteve-se escondida atrás das acções camufladas dos ministros e do nosso Primeiro Ministro.

Mas, Fernando Gomes denunciou o resto do rastilho, e o Parlamente incendiou-se de críticas e pedidos de demissão! As vozes de Durão Barroso Carlos Carvalhas ou Paulo Portas fizeram-se de imediato ouvir, e não pouparam críticas ao líder socialista. E, as demissões aconteceram mesmo, porque a verdade já não podia ser mais camuflada!

A Fundação para a Prevenção e Segurança, segundo um documento que revela as fundações financiadas pelo Estado, não consta dessa lista. O que me leva a ponderar acerca do motivo da sua existência, e o porquê de toda esta farsa macabra na qual o Governo perde votos e credibilidade a olhos vistos.

Aliás o motivo já nós o sabemos, estamos é só à espera que alguém tenha a dignidade de o admitir! Outra descoberta hilariante foi que a dita fundação financiou um concerto para os Delfins e Ritual Tejo, bonés e t-shirts.

Um facto curioso e que revela o profundo interesse musical da respectiva fundação, bem como o jeito e interesse estatal para a venda de artigos e acessórios ligados àquilo que na Idade Média se chamaria de plebe, povo ou terceiro estado.

Pensando bem, e lá por serem pessoas respeitáveis (?) da política não deixam de ser indivíduos comuns. Por isso, e quando a política não der resultado, Vara, Patrão e Guterres podiam unir-se para a doação de isqueiros, canetas, t-shirts, bonés e essas coisas todas que nós, portugueses, nunca nos negamos a receber.

A estratégia era simples: como a política já não lhes rendia nada, reuniam os restantes fundos da fundação e davam algum contributo ao povo, que certamente tem uma quota parte nesses fundos. E, como o contacto pessoal é muito importante, eles próprios distribuiriam os objectos à porta do metro, comboio, barcos e centros comerciais.

Sucesso garantido! Podia ser que Portugal lhes perdoasse! – Isto é apenas uma ideia utópica, mas que talvez pudesse constituir uma maior venda de bilhetes para o cinema do que o filme da ‘Branca de Neve’, de João César Monteiro!

Isto tudo sem falar nos 234 contos que o Governo ‘utilizou’ para cartões de Natal! Sem dúvida um acto nobre, mas que não justifica o recurso à dita fundação utilizando dinheiros provenientes de tantos outros ‘benfeitores’. Varão e Patrão são os pseudo-garroteados!

E, António Guterres seria que personagem se estivéssemos na Idade Média?  Juíz não poderia ser, pois uma pessoa com este estatuto é isenta e não pode omitir a verdade dos factos.

O executor também não me parece o mais apropriado, porque aí já é falta de lealdade para com os seus ‘camaradas’. Mas, como nas política vale tudo…

Não se resolvendo este anterior dilema, resta-me apenas deixar um ditado popular para os nossos governantes aplicarem na sua gestão: ‘apanha-se mais depressa um mentiroso que um coxo!’.

E, olhem que os coxos têm ‘uma perna e meia’ para andar e a mentira pode ter duas ou quatro, dependendo do grupo de que estejamos a falar de homens, ou camaleões disfarçados de seres humanos!

Cronista da Mulher Portuguesa: Ana Amante

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