Xanana Gusmão: a luta de uma vida

4320
Xanana Gusmão
Xanana Gusmão

José Alexandre Gusmão, aliás, Kay Rala Xanana Gusmão nasceu em Laleia, Manatuto, em 20 de Junho de 1946.

Fez os primeiros estudos numa escola católica, após o que segue para o Seminário Jesuíta de Soibade. Mais tarde, estuda no seminário de Dare, nos arredores de Díli, a capital timorense.

Durante os anos da administração portuguesa, Xanana trabalhou como funcionário público no departamento de agricultura.

Com a descolonização, Xanana de Gusmão tornou-se militante de base da Fretilin, a Frente Revolucionária para a Independência de Timor Leste. Fazia parte do Comité Central e do Departamento de Informação. Com a invasão Indonésia, em 7 de Dezembro de 1975, Xanana entra na clandestinidade: foge para as montanhas, onde nasce a Resistência.

Em 1978, com a morte do presidente da Fretilin, Nicolau Lobato, assassinado a 31 de Dezembro, Xanana  de Gusmão torna-se líder das Falintil, o braço armado da Fretilin. Em 1981, é escolhido para presidir também à Fretilin, durante o congresso do movimento.

Dois anos depois, entre Março e Agosto de 1993, Xanana participa em negociações com o comandante indonésio em Timor, Coronel Purwanto. O objectivo era, já então, encontrar uma solução pacífica para a causa timorense. Mas o pedido de Xanana de um mediador das Nações Unidas, leva o novo ministro indonésio da defesa, Murdani, a pôr fim às conversas.

Em 1986, Xanana de Gusmão e os guerrilheiros nas montanhas fundam o CNRT, Conselho Nacional da Resistência Timorense. O CNRT junta todos os movimentos de resistência contra Jacarta, num único organismo… todos, menos o Partido Socialista Timorense, que ainda hoje se mantém à parte do CNRT. Deste fazem, então, parte a Fretilin, as Falintil, a UDT e a Igreja Católica.

Agora, Xanana de Gusmão é o comandante das Falintil e o líder incontestado do CNRT.

1991 marca uma nova fase no processo de Timor Leste. O massacre de Santa Cruz traz nova visibilidade à causa timorense. Durante uma manifestação pacífica no cemitério de Santa Cruz, em Díli, as tropas indonésia matam mais de 200 timorenses, jovens, na sua maioria.

Xanana é acusado pelo comandante indonésio em Timor, General Try Sutrisno, de ser responsável pelo massacre. Acusa Xanana de ter dado ordens aos estudantes para que começassem a manifestação no cemitério.

Um ano depois, em Novembro de 1992, Xanana de Gusmão é preso em díli pelos militares indonésios. Em Abril de 1993, é julgado por subversão e condenado a prisão perpétua.

Esteve preso em Semarang, na ilha de Java; mais tarde, em Cipinang, Jacarta. Já em 1998, foi transferido para a casa – prisão de Salemba, na capital Indonésia.

Oito dias depois do referendo de 30 de Agosto em Timor Leste, as autoridades de Jacarta libertam Xanana de Gusmão. O carismático líder timorense regressa a Timor.

Classificação
A sua opinião
[Total: 1 Média: 5]