Vox de Dominique Sylvain da Editora Pergaminho
Vox
‘Vox’ é um livro misterioso na sua concepção, surpreendente no seu enredo. Um serial killer anda a atormentar todos, e a única coisa que se conhece dele são as vozes das suas vítimas.
Vox: a voz, o fio de uma identidade, torna-se o traço indelével de uma presença sedutora e obsessiva ao mesmo tempo. Numa voz de mulher, o timbre transforma-se numa carícia, o volume numa volúpia. A voz, única e íntima, pertence de forma irrevogável a alguém: só a morte, o silenciamento final, a pode roubar, e também eternizar.
Alguém anda a caçar e a roubar vozes. Vozes de mulher, roucas, moduladas, perturbantes. Vozes de mulheres a morrer, a gritar a morte. Sete mulheres já foram encontradas mortas, com as gargantas cortadas; na ferida, um gravador entoa as suas últimas palavras e gritos. Tira-se a vida para dar voz.
Alex Bruce é o comandante que tenta descobrir a identidade e paradeiro deste serial killer. Apenas se sabe que ele é fascinado por vozes, e por isso lhe é colocado o rótulo de Vox. Para o caçar é necessário aproximar-se da sua loucura, analisá-la, e construir uma armadilha de alto risco, recorrendo a uma voz fetiche irresistível para o predador.
O livro mostra-nos a forma de actuar, a lógica e raciocínio de um serial killer desta natureza. Encontramos em ‘Vox’ uma brilhante astúcia narrativa, combinada com um policial sensacionalista, com quadros sangrentos e uma força psicológica muito forte. Afinal, o que leva alguém a matar fascinado pelas vozes? Uma recordação do passado? Um rosto? Uma outra voz?
O livro de Dominique Sylvain é lançado pela Editora Pergaminho. Para lhe aguçarmos a curiosidade fique aqui com um pequeno excerto do mesmo: Mato-a porque era preciso acabar com aquilo, mas ela não lhe tinha dado nada. Um idiota do princípio ao fim(…). Ao apertar o pescoço tinha tido a sensação que não ia conseguir.
Que o poço era demasiado profundo. Demasiado alto. Demasiado escorregadio. A sua memória tinha-lhe então devolvido a voz da sua mãe. Intacta durante um breve instante(…) Era a primeira vez que a recordava com tanta nitidez.(…)
Se gosta de suspense e mistério, este é um livro que lhe aconselhamos. Diferente de todos os serials killers que já leu até hoje!