Por Terras de Jerusalém e do Próximo Oriente de José Nunes Carreira da Publicações Europa-América
Por Terras de Jerusalém e do Próximo Oriente
José Nunes Carreira assina esta magnífica obra com relatos vividos Por Terras de Jerusalém e do Próximo Oriente, em mais uma edição da Europa-América. Um livro que nos vai dar a conhecer esta zona do globo, tão mística e rica culturalmente, através do olhar e sentimentos em português.
Por tratar-se duma zona onde nasceram as três grandes religiões monoteístas, e onde igualmente tiveram início grandes civilizações da história da humanidade, esta obra merece uma leitura cuidada e atenciosa.
Fiz o périplo de Israel. Familiarizei-me com as serras da Palestina, cruzei várias vezes o Jordão, embrenhei-me no deserto siro-arábico. Passei o desfiladeiro de Petra. Por Damasco, fui a Palmira e Alepo. Revivi confusão lendária e linguística em BabeI. Desci a Baçorá. À sombra de palmares em flor, aportei ao Xat el-Arab.
Contemplei as ruínas de Susa enevoadas de areia. Deleitei-me com rendilhados de azulejo nas mesquitas de Ispaão, vagueei pelos bazares de Xiraz, evoquei Dario e Xerxes em Persépolis, respirei de alivio e ócio em Teerão e nas margens do mar Cáspio. Regressei I Cristandade pela estrada de Damasco e Beirute, montanhas dos cedros, portos do Líbano, Síria e Turquia.
Assim se inicia uma Viagem, assim se começa uma Peregrinação, assim principia a Memória. Do Egipto à Turquia, de Jerusalém ao Próximo Oriente, em busca de deslumbrantes civilizações esquecidas e de impérios milenares desaparecidos, na senda do nosso próprio passado, seguimos as pegadas de um viajante a um mundo por vezes inóspito, por vezes exuberante, e penetramos no Universo do Nosso Imaginário, tão longínquo e cada vez mais próximo.
O seu autor, José Nunes Carreira, é professor, um catedrático, um erudito em civilizações pré-clássicas, mas é muito mais do que isso, é um Português, um Viajante, um amante da Viagem, que escreve e sente em português, que fala e escreve tanto em alemão como em italiano, quer em francês como em inglês, mas é também um conhecedor de línguas encantadas e desaparecidas, e também escreve e também lê o aramaico que Cristo falou, o hebraico com que o Rei David reinou, o grego em que Homero escreveu, o latim com o qual Júlio César governou, o siríaco em que Barsauma traduziu. Através do seu olhar, somos conduzidos pelas areias do deserto, pelos oásis da História na direcção de um passado que o Tempo já quase esqueceu, para compreendemos o presente.
E para lá de guerras, de convulsões históricas ou políticas, o eterno fascínio do contraste entre religiões, gentes e culturas, pela mão de um Português, de um Escritor, de um Viajante, para que o Tempo não esqueça e a memória possa para sempre permanecer.