Costa dos Esqueletos de Rogério Amorim

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Costa dos Esqueletos
Costa dos Esqueletos

Costa dos Esqueletos de Rogério Amorim da Publicações Europa-América

Costa dos Esqueletos

Duzentas pessoas, dezenas de carros ligeiros, jipes e camiões numa fuga desesperada de Angola. Eram portugueses que tinham sido esquecidos pelo Governo nacional. Fugiam para salvar a vida.

Foi no não muito distante ano de 1975, em plena guerra de Angola, com a digladiação de forças opositoras entre elas e à permanência de brancos na zona, que estes homens, mulheres e crianças tiveram de empreender uma desesperada fuga por mais de oitocentos quilómetros no sudoeste africano, sem estradas, atravessando o deserto sem água nem comida, e o receio constante da perseguição.

Este livro é o relato de um dos homens que passou por esta aventura e que hoje nos conta como tudo decorreu, os perigos passados, as constantes avarias em veículos que não estavam preparados para aquele tipo de viagem, mas acima de tudo é um relato sentido do desespero de centenas de pessoas esquecidas pelo Governo português da época e que continuam a permanecer no silêncio da história recente de Portugal.

‘Volvidos vinte e cinco anos após esta aventura da ‘Costa dos Esqueletos’, os até então rotulados de ‘retornados’ das ex-colónias passaram a chamar-se espoliados. O certo é que nunca houve vontade política para resolver os seus problemas, restituindo-lhes, pelo menos parte do que lhes foi retirado.’ É desta forma amarga que Rogério Amorim apresenta o seu romance no prefácio do livro que levou mais de dez anos a escrever.

Com algumas fotografias tiradas pelos participantes, este livro é mais do que tudo um hino à coragem de pessoas que perderam tudo e que tiveram, ou não, a sorte de conseguir recomeçar. É um grito de apelo que rasga, ou deveria conseguir rasgar, o silêncio imposto sobre os ‘retornados’ de Angola.

A não perder por quem passou ou ouviu os relatos desta época, mas acima de tudo imprescindível para quem deseja conhecer melhor a história recente do nosso país, que não foi apenas construída sobre a figura de heróis.

Rogério Amorim, numa linguagem simples e desprovida de grandes construções literárias, traça um relato vivido desta aventura que significou para muitos o fim de um sonho ou de uma vida.

Uma edição da Europa-América na sua colecção ‘Aventuras e Viagens’.

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