Assassino sem rosto é o primeiro título da obra literária de Henning Mankell. Um assassínio sem escrúpulos vai protagonizar um crime brutal. A questão é: quem é o assassino?
Assassino sem rosto
Scania, no Sul da Suécia, em pleno Inverno, 5 horas da manhã, é o cenário perfeito para se cometer um crime. Seja ele de que ordem for, ou o motivo que o leve a realizar, o assassino é um ser brutal, violento e bruto, que não ousa demonstrar qualquer piedade pelas vítimas.
Um agricultor idoso é brutalmente assassinado e, ali bem perto de si, a sua mulher, Maria, caminha também ela para a morte. Ambos assassinados pelo mesmo homem, pelo menos à partida, e apenas deixando uma única pista: ‘estrangeiro’, a palavra pronunciada pela mulher momentos antes de falecer.
Kurt Wallander é o oficial da polícia de Ystad que se vai ocupar deste caso macabro e de resolução complicada. Entretanto, e demasiadamente entregue ao trabalho, Kurt vê-se completamente abandonado pela sua família: mulher, filha e pai. Na realidade, Kurt refugia-se no trabalho para se tentar abstrair um pouco da vida familiar, mas esse afastamento vai-lhe trazer sérias consequências.
Após os habitantes da região tomarem conhecimento que o(s) assassínio(s) do casal de idosos possam ser estrangeiros, gera-se na zona uma intensa repulsa trazendo ao de cima o problema da xenofobia. O rastilho de raiva é tal que a entidade policial tem graves problemas em travá-lo.
Assim, o livro aborda não só a tentativa de identificação de um assassínio, como também trata de um tema tão peculiar e sensível como é o caso da xenofobia. Trata-se por isso mesmo de uma história completa, recheada de pequenos episódios que podem ajudar o leitor a reflectir acerca destas questões e da personalidade de cada um.
O livro recorda-nos a Suécia moderna, na qual coabitam as populares ideias extremamente racistas.
Kurt Wallander é o policial, a personagem que já se tornou habitual nos livros de Henning Mankell. Um polícia que se encontra numa série de oito livros publicados, onde se tenta explicar a forma como é necessário lidar com pessoas de ideias tão resistentemente racistas como na Suécia.
Assassínio sem Rosto é um impressionante livro, escrito de forma apaixonante, e que vai deixar o leitor totalmente embriagado. De Henning Mankell, Director do Teatro Avenida em Maputo, Moçambique, e lançado pela Editorial Presença, este ‘Assassínio sem Rosto’ abarca com ele um conjunto de mistérios que se centram numa realidade mais que evidente, mas de natureza preocupante- a xenofobia.