A história de uma vida contada através da roupa que é usada é um exercício difícil para quem tenha pouca imaginação. Mas a autora de Amores, Desamores & Trapos, Irene Beckerman, resolveu o assunto desenhando ela mesma os seus fatos e os das outras mulheres.
Amores, Desamores & Trapos
As memórias femininas estão intimamente ligadas com os fatos usados ao longo dos tempos, e a história do nosso passado comum e pessoal, liga-se com a moda e as formas de usar. Quem não se lembra do vestido que usou na primeira comunhão, dos fatos oferecidos por uma parente idosa e que pareciam estar sempre fora de moda, ou dos buracos ou botões que cosíamos aos blusões para ficar na moda?
Gingy, personagem principal e nome da autora, neste livro que se lê rapidamente, abre-nos o seu armário de memórias e de roupas, deixando-nos espreitar para uma intimidade que é comum a toda a gente.
As roupas escolhidas a dedo para ocasiões especiais ou apenas para imitar as divas do cinema que admira, como Rita Hayworth, Audrey Hepburn ou Jackie Onassis, têm sempre ligadas a si um sentimento especial, de repulsa ou de admiração.
Além deste espreitar para o armário, também pode ficar a saber mais acerca de modas passageiras, nos EUA, como a de adquirir roupa de marinheiro ou usar camisas de basquetebol (que se repete nos dias de hoje, o que prova que toda a moda tem ciclos).
E como bem diz a determinada altura “Não me lembro do rapaz com quem fui, nem do baile, apenas do vestido que usei”.
Actualmente Irene Beckerman é presidente de uma agência de publicidade, mas não esqueceu os trapos que a fizeram ser quem é hoje.