As festas de Lisboa estão de volta

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Festas de Lisboa
Festas de Lisboa

As Fes­tas de Lis­boa estão de regresso com uma pro­gra­ma­ção que con­vida a reflec­tir sobre o pas­sado, como forma de pro­jectar o futuro. Não por acaso, tudo começa num dos locais mais emble­má­ti­cos da cidade: a Torre de Belém.

As festas de Lisboa

A cele­bra­ção dos 500 anos deste monu­mento é assi­na­lada por um espec­tá­culo em que Torre e Tejo se fun­dem num único palco de tea­tro, música e mul­ti­mé­dia. Uma expe­ri­ên­cia sen­so­rial que nos leva numa via­gem de refle­xão no tempo, até aos dias de hoje.

Uma home­na­gem à cidade e aos seus habi­tan­tes, entre eles Antó­nio de Lis­boa. O Papa Leão XIII chamava-lhe o Santo de todo mundo e, tal­vez por isso, o ani­ver­sá­rio da sua morte con­ti­nue tão popu­lar e revi­si­tado. Lis­bo­e­tas de hoje, tam­bém eles de todo o mundo, casam-se, des­fi­lam e fes­te­jam num momento em que a cidade se une.

Bai­la­ri­cos, arrai­ais, Mar­chas Popu­la­res e inú­me­ras mani­fes­ta­ções ao culto anto­ni­ano, home­na­geiam aquele que é con­si­de­rado pelo povo o Santo padro­eiro da cidade e das Fes­tas de Lis­boa, revi­si­tando tra­di­ções anti­gas, reli­gi­o­sas e pro­fa­nas, com a actu­a­li­dade e a espon­ta­nei­dade de todos os tempos.

Este ano, expe­ri­men­ta­mos rein­ven­tar uma des­tas tra­di­ções: os tro­nos de Santo Antó­nio. Desa­fi­a­mos bair­ros, famí­lias e cri­an­ças a criar os seus tro­nos e a mostrá-los à porta das suas casas, como outrora, por­que é dessa pas­sa­gem de tes­te­mu­nho e de expe­ri­ên­cia que se cria um futuro com memória.

O futuro começa tam­bém no Andar em Festa que este ano resulta de um desa­fio lan­çado ao público para inter­vir em locais sin­gu­la­res: as esca­da­rias da cidade. Das pro­pos­tas ven­ce­do­ras resul­tam pro­jec­tos ori­gi­nais e vari­a­dos em que esca­das e esca­di­nhas de Lis­boa vão ser inva­di­das por música coral, DJs, ins­ta­la­ções e inter­ven­ções de arqui­tec­tura surpreendentes.

Se nos arrai­ais popu­la­res a sar­di­nha é a tra­di­ci­o­nal igua­ria, na cidade ela é estrela. Pelas ruas, sar­di­nhas sedu­zem quem com elas se cruza, ora num eléc­trico, ora num café. Na expo­si­ção, cri­ada em sua home­na­gem, são as suas vozes e ini­ma­gi­ná­veis his­tó­rias que se farão ouvir, não fosse o mote: a minha vida dava uma sardinha.

No Tea­tro das Com­pras re-in­ven­ta­mos – de novo – o pas­sado. O cená­rio são lojas cen­te­ná­rias da baixa lis­bo­eta e o tema cen­tral, o comér­cio tra­di­ci­o­nal. Com a cola­bo­ra­ção de escri­to­res con­tem­po­râ­neos, a per­for­mance e a ence­na­ção de tex­tos ori­gi­nais confundem-se com a acti­vi­dade do dia-a-dia, reve­lando peque­nas his­tó­rias em con­tex­tos únicos.

E por­que não há festa sem música, repe­ti­mos o fes­ti­val Lis­boa Mis­tura, onde música do mundo se ‘mis­tura’ com Lis­boa, num diá­logo inter­cul­tu­ral de expe­ri­ên­cias que ins­creve novas lin­gua­gens artís­ti­cas e que, este ano, con­voca tam­bém à refle­xão atra­vés de debates.

Mas de outros fes­ti­vais se fazem as fes­ti­vi­da­des. A música coral reúne-se nova­mente em Belém para can­tar a uma só voz, num fes­ti­val inter­na­ci­o­nal que traz a Lis­boa várias cen­te­nas de cora­lis­tas de todas as par­tes do mundo. E por­que as ban­das filar­mó­ni­cas são um con­tri­buto fun­da­men­tal na for­ma­ção das gera­ções futu­ras, encontram-se em Lis­boa, vin­das de todo o país.

O mês das come­mo­ra­ções das Festas de Lisboa conclui-se com Voz e Gui­tarra, um só espec­tá­culo, em duas noi­tes, com deze­nas de artis­tas por­tu­gue­ses de gera­ções dife­ren­tes. Com ele, vol­ta­mos ao ponto de par­tida desta via­gem: um encon­tro no tempo com a Torre de Belém e o Tejo em pano de fundo.

Texto cedido pela EGEAC

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