Branca de Neve
“Branca de Neve”, um filme sem imagens em movimento, é o título do mais recente trabalho de César Monteiro com estreia marcada para logo à noite.
De reconhecimento internacional, com prémios na ‘prateleira’, João César Monteiro é uma presença habitual nos festivais de cinema europeus. De mente aberta e com ideias excêntricas, talvez até muito futuristas e incompreendidas por muitos para esta época actual, João César Monteiro leva até às telas o filme ‘Branca de Neve’.
Este é um filme sem imagens em movimento, no qual o negro se instala em quase todos os planos, e onde quase todo o filme se inscreve à volta de um mundo estático e quase morto de acção. Na realidade, o filme é praticamente ouvido, em vez de observado.
Ligeiros e fugidíos quadros de céu azul e as fotografias do cadáver Robert Walser são as quase únicas imagens do filme e, ainda para mais, estáticas. O autor da história, Robert Walser, é a única pessoa que tem a possibilidade de ter uma aparição mais normal e comum no filme, embora seja com as fotografias do seu cadáver.
A encenação e a verdadeira interpretação acontece apenas pela voz. Diogo Dória, Luis Miguel Cintra, Maria do Carmo, Ana Brandão e Reginaldo da Cruz são os actores, somente de voz, que constituem o filme ‘Branca de Neve’. Um filme ousado, tendo em conta o sentido habitual que se atribui a uma história passada na tela, reveladora de uma outra forma de expor, abordar e levar o público a viajar num mundo estático e escuro.
A polémica em torno de ‘Branca de Neve’ é muita, e a expectativa tem aumentado substancialmente à medida que o dia da estreia se aproxima. Um filme provocador, sem imagens, quase todo ele a negro, com escassos laivos de céu, raras imagens cadavéricas, e que foi subsidiado pelo Estado Português contribuindo para ‘Branca de Neve’ com um valor exurbitante.
Um novo conceito de cinema ou uma forma inexplicável de outro género de arte? Descubra a partir de dia 10 de Novembro o que é realmente ‘Branca de Neve’, um ‘filme’ de João César Monteiro.