Quais são os sinais de violência doméstica

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Os sinais de violência doméstica
Os sinais de violência doméstica

Suspeita que tem uma situação de violência doméstica mesmo na sua família?

Casei há quatro anos, mas estou com o meu marido há seis. Temos três filhos. No outro dia zanguei-me com o meu marido, porque ele gasta todo o dinheiro que ganha e depois vem pedir-me contas. A reacção dele foi virar-se a mim e atirar-me contra uma parede. Começou então a gritar comigo em frente aos miúdos, culpando-me de ser uma gastadora e de não o ajudar em nada. Semanas atrás, bateu-me na cabeça, porque respondi-lhe de uma forma que ele não gostou. Agora parece estar arrependido e age como se tudo estivesse muito bem. Eu não sinto que esteja. Isto é violência doméstica?”

Casos como este são ouvidos todos os dias nos centros de encaminhamento e de informação acerca da violência doméstica. E as dúvidas colocam-se na questão do que é violência doméstica e até que ponto pode ser assim considerada para efeitos legais.

Os sinais de violência doméstica

Reconhecer os sinais de violência doméstica permite não deixar que a situação se arraste, tomando a mulher, a principal vítima desta situação, a atitude de apresentar queixa.

Existem diversas formas de violência doméstica, que vão dos gritos ao empurrão e à agressão. Ao contrário do que muitas mulheres pensam, a violência não passa apenas pelo ataque físico, mas pode ainda incluir abuso emocional, económico e sexual, onde nem as crianças ficam de fora, como forma de chantagem.

As ameaças são feitas usando a sua masculinidade, através de intimidações, isolamento e uma variedade de outros comportamentos que servem para amedrontar.

Em todas as culturas, os infractores são quase sempre os homens da família. Cerca de uma em três mulheres adultas experimenta, pelo menos, um assalto psicológico do seu parceiro, de acordo com relatórios efectuados.

A violência doméstica não escolhe idades, raças ou extratos sociais. Nenhum tipo específico de mulher está mais ou menos sujeita a ser vítima de violência na sua casa, por parte do seu parceiro, nem qualquer tipo de mulher está livre de o não ser.

Actos de violência doméstica incluem-se numa destas categorias:

  • Abuso físico – a agressão pode ir até à morte da vítima.
  • Abuso sexual – o ataque físico redunda, muitas das vezes, em violação sexual.
  • Pressão psicológica – é uma forma de violência mental que pode incluir ataques verbais constantes, possessão excessiva, isolamento da mulher de amigos e familiares, e privação de dinheiro, roupas, comida, além da destruição da sua propriedade privada.
Se não tem a certeza de que se encontra numa relação de violência doméstica, aplique algum do seu tempo a responder às seguintes questões:
  1. Tem medo ou receio do seu parceiro?
  2. Tem a sensação de que necessita de andar em pontas dos pés ou sem fazer qualquer barulho para não despertar a fúria do seu companheiro?
  3. Alguma vez teve a sensação de que tinha feito alguma coisa errada, mas não sabe bem o quê?
  4. Perdeu todo o amor e respeito pelo seu companheiro?
  5. O seu parceiro é uma pessoa muito atenciosa a maior parte do tempo – por vezes mesmo algo exagerado – mas de vez em quando consegue ser muito sarcástico ou cruel?
  6. Por vezes fá-la sentir que está a raiar a loucura?
  7. Dá consigo a pensar em maneiras de o matar?
  8. Acredita que ele é capaz de a matar num acesso de violência?
  9. O seu parceiro disse-lhe alguma vez que a mataria?
  10. Ele tentou cometer suicídio alguma vez?
  11. Você ou ele foram vítimas de violência em crianças?
  12. Ele obrigou-a a fazer alguma coisa contra a sua vontade?
  13. Perdeu o contacto com a maioria dos seus amigos desde que está com ele?
  14. Sente-se isolada, como se não pudesse procurar ajuda em lado algum, e pensa que ninguém iria acreditar em si, mesmo que tentasse?
  15. Perdeu o emprego por causa do seu companheiro?
  16. Sente-se emocionalmente em baixo?
  17. Se a maioria das respostas é positiva, precisa de ajuda imediata.

Em Portugal, a violência doméstica já é passível de processo judicial desde que a mulher apresente queixa contra o agressor.

Existem diversos locais onde se pode dirigir para obter ajuda em caso de agressão, a começar pelos hospitais, a Comissão para a Igualdade e para os Direitos das Mulheres ou a APAV, Associação Portuguesa de Apoio à Vítima.

Não hesite em pedir conselhos ou em apresentar queixa no caso de ser vítima de violência doméstica.

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