Incêndios domésticos, oa mais perigosos acidentes

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Incêndios domésticos
Incêndios domésticos

Os incêndios domésticos são provavelmente os mais perigosos dos acidentes domésticos. Em consequência de uma mera distração podemos pôr em perigo tanto as nossas vidas como os bens que temos em casa.

Causas e prevenção dos incêndios domésticos

E porque mais vale prevenir, é importante que conheça as causas mais comuns dos incêndios domésticos, assim como algumas medidas a tomar para evitar situações de perigo.

Eletricidade

As instalações eléctricas inadequadas são potenciais causadoras de problemas. É importante que a potência do quadro eléctrico esteja de acordo com as necessidades da casa e que este esteja devidamente isolado por uma caixa resistente ao calor e não inflamável.

Sempre que for necessário substituir fusíveis, há que tomar atenção para que os novos tenham a mesma capacidade que os anteriores.

Fora do quadro também há que ter cuidados. As lâmpadas são fontes de calor, por isso temos de prestar especial atenção à potência das lâmpadas usadas em diferentes candeeiros (geralmente cada um traz a indicação da potência máxima a utilizar), já que estes podem ser feitos de materiais mais ou menos sensíveis ao calor.

Em caso de dúvida a este respeito, o melhor será não utilizar lâmpadas de mais de 40 watts.

As lâmpadas de halogéneo devem estar sempre longe de materiais combustíveis, devido ao calor que libertam. As lâmpadas deste tipo devem sempre ser apagadas durante a noite ou quando a casa está vazia.

As tomadas e extensões eléctricas têm potências máximas, pelo que devemos tomar atenção à potência exigida pelos aparelhos antes de os ligarmos a extensões. Nunca se devem ligar extensões umas às outras nem a fichas triplas.

Ao ligar vários aparelhos a uma extensão, certifique-se que a soma da potência de todos os aparelhos não excede a da extensão.

O excesso de potência provoca o aquecimento dos fios podendo provocar um incêndio.

Ao utilizar pequenos aparelhos eléctricos (ferros de engomar, torradeiras, etc.) tenha atenção a possíveis falhas de corrente.

Caso ocorram, o aparelho pode não estar a funcionar bem, ou a instalação eléctrica da casa não ser adequada. Depois de utilizar aparelhos deste tipo (em especial os que têm resistências eléctricas) desligue-os da tomada, para segurança, e para que não sejam ligados acidentalmente.

A má utilização de aquecedores eléctricos também é uma frequente causa de incêndio. Recorde-se que estes aparelhos servem para aquecer o ambiente, e não para secar roupa ou aquecer determinadas superfícies.

Como são aparelhos de grande potência, tenha especial atenção às tomadas e/ou extensões utilizadas. Mantenha os aquecedores a pelo menos um metro de distância de cortinas, lençóis, roupa ou outros materiais susceptíveis de se incendiarem.

Tenha os mesmos cuidados com os aquecedores a gás. Neste caso, tenha também em conta que o gás resultante da combustão é nocivo, portanto evite utilizar estes aparelhos e divisões pequenas.

Lume

Cigarros mal apagados são frequentes causadores de incêndios. Ao limpar os cinzeiros, tenha cuidado para não deitar no lixo beatas ainda encandescentes. Evite fumar na cama ou em sofás e não use cinzeiros instáveis ou demasiado leves.

Ao acender velas, tenha também este cuidado, certificando-se de que os castiçais são estáveis e não inflamáveis. Nunca deixe uma vela acesa sem vigilância. Isqueiros e fósforos não devem nunca estar ao alcance de crianças, pois facilmente conseguem acendê-los. Evite dar o exemplo e não use estes objectos em brincadeiras.

Se tiver uma lareira, use um painel de protecção, de forma a evitar que saltem fagulhas, podendo incendiar carpetes, cortinados, etc. Não utilize gasolina nem outros líquidos combustíveis para atear o fogo, uma vez que corre o risco de provocar uma explosão. Limpe a chaminé pelo menos uma vez por ano.

Na cozinha

Uma grande parte dos incêndios domésticos têm origem na cozinha. Aqui existem diversas fontes de calor, assim como diversos materiais inflamáveis. Mantenha estes materiais – tais como panos, guardanapos, sacos de plástico – longe das fontes de calor, como o fogão, microondas, torradeiras etc.

Limpe ou substitua regularmente o filtro do exaustor, pois nele se acumula gordura muito rapidamente, tornando-se facilmente inflamável e de rápida propagação do fogo.

As frigideiras e fritadeiras são as causadoras da maioria dos incêndios na cozinha. Se possível, utilize uma fritadeira eléctrica com termostato. Em caso de incêndio, não atire água para cima do óleo a arder, pois vai contribuir para fazer alastrar o fogo. Tente abafar as chamas com uma manta não inflamável, ou utilize um extintor de pó.

Quando estiver na cozinha, evite usar roupas largas, já que um pequeno descuido pode ser suficiente para que se incendeiem. Sempre que tiver tachos e panelas ao lume, tente utilizar os bicos de trás e vire as pegas dos recipientes para dentro, de modo a que fiquem fora do alcance de crianças. Nunca deixe nada ao lume por vigiar. Se necessário, utilize um despertador para não se esquecer de desligar o fogão.

Gás

As fugas de gás são as mais frequentes causas de explosões. Tenha, então, o maior cuidado a este respeito. Não deixe de fazer uma inspecção regular da instalação de gás (de cinco em cinco anos). Se em alguma altura sentir cheiro a gás, tenha o cuidado de não acender nem apagar luzes e não mexer em aparelhos eléctricos. A faísca que resulta de contactos eléctricos pode ser suficiente para provocar uma explosão.

Os gases têm tendência a acumular-se junto do solo, por isso tenha o cuidado de evitar que sejam inalados pelas crianças. Assim que sentir o cheiro, trate de arejar a divisão que lhe parece afectada. Em seguida feche as torneiras de segurança e desligue o quadro eléctrico. Sirva-se de água com detergente para detectar a fuga. Se o problema for numa botija, coloque-a fora de casa. Sempre que se ausentar de casa (mesmo que só por alguns dias) feche todas as torneiras de segurança.

Combater o fogo

  • Água

Ao contrário do que pode pensar, a água nem sempre é a melhor solução para apagar incêndios, podendo mesmo, em alguns casos, contribuir para aumentar o perigo. Se os materiais incendiados forem menos densos que a água (como gorduras, diluentes, gasolina e outros combustíveis), em vez de se apagar, em contacto com água o fogo vai alastrar ainda mais. Um incêndio provocado por um curto-circuito também não deve ser extinto com água, pois esta é um excelente condutor eléctrico e representa um sério risco de electrocussão.

  • Extintores

Existem diversos tipos de extintores, como os de dióxido de carbono, de água ou de pó químico. Os extintores universais (ABC) são os mais indicados, já que são eficazes com os tipos mais comuns de incêndios domésticos. Não convém comprar um extintor com mais de 6 quilos, já que o seu peso e tamanho tornam-no difícil de manejar.

Quando adquirir um extintor, não deixe de ver atentamente as instruções de utilização, preste atenção aos símbolos, e guarde-o num lugar visível e acessível. Certifique-se que está dentro do prazo de validade. Se tiver de utilizar o extintor, aponte o jacto para a base das chamas e varra toda a superfície incendiada.

  • Cobertores

Contra incêndio estes cobertores são indicados para apagar pequenos fogos (como no caso de incêndio de uma fritadeira) e o seu funcionamento é simples, uma vez que servem para abafar o fogo. Para além de resistentes ao fogo, este tipo de cobertores têm de ser feitos de um material não condutor de electricidade. Existem alguns modelos com pegas, para evitar que o utilizador queime as mãos.

  • Detectores e alarmes

Quando um incêndio ocorre durante a noite, a maioria das vítimas morre por asfixia, uma vez que, quando se apercebe do incêndio, em geral já é tarde demais. Daí que um detector de fumo com alarme pode ser o suficiente para evitar que o sono se prolongue demasiado.

Existem detectores fotoeléctricos e iónicos. Os do primeiro tipo reagem melhor a fumos densos , em geral resultantes de fogo lento. Por seu lado, os detectores iónicos são mais eficazes na detecção de fumos invisíveis e fogos rápidos. O ideal seria instalar detectores destes dois tipos.

Ao comprar um detector, prefira um que tenha aviso sonoro de bateria fraca e luz de emergência. Teste-o regularmente para se certificar que está em boas condições de funcionamento.

Dada a sensibilidade destes aparelhos, não convém instala-los em cozinhas ou perto de lareiras, já que uma quantidade mínima de fumo ou mesmo de vapor pode ser suficiente para que disparem. Os corredores são os locais mais indicados. Em casas com mais de um andar, convém que haja pelo menos um detector por piso.

Plano de fuga

Um pequeno incêndio pode levar poucos minutos a transformar-se num grande perigo e em geral apanha-nos desprevenidos. Por esse motivo, o melhor é ter um plano previamente estabelecido, já a pensar numa eventualidade deste tipo, de forma a que a família toda esteja prevenida e saiba o que fazer em caso de incêndio.

Pense em todas as saídas possíveis da casa, não deixando de considerar a hipótese de que as saídas principais podem ficar bloqueadas pelas chamas.

Normalmente, as chamas resultam num corte na electricidade, por isso tenha sempre disponível uma lanterna a pilhas, num local acessível a qualquer membro da família. Ao deslocar-se durante um incêndio, caminhe o mais baixo possível, pois assim será menos atingido pelo fumo e pelo ar quente.

Conforme foge, vá fechando todas as portas atrás de si, sem as trancar. Desta forma poderá retardar um pouco a propagação do fogo. Se vive num prédio, nunca utilize o elevador durante um incêndio.

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