Inicio Amor Sedução O erotismo nas palavras, uma arma de sedução

O erotismo nas palavras, uma arma de sedução

O erotismo nas palavras
O erotismo nas palavras

O erotismo nas palavras invadiu o nosso mundo para onde quer que nos desloquemos. Ao virar da esquina, lá está uma frase alusiva a um produto demonstrando o erotismo do objecto de consumo que, pode até não ter nada a ver com esta área. O que é certo é que, nem só de imagens vive o erotismo.

O erotismo nas palavras

O erotismo existiu desde sempre expresso por imagens e por palavras, mas existiu sempre uma confusão muito grande entre erotismo e pornografia. Distinguir as diferenças entre estes dois conceitos, tornou-se algo complicado e discutível na nossa sociedade. A diferença reside na forma como se usam as palavras e o próprio corpo.

O erotismo tem que ter obrigatoriamente beleza e sensibilidade, misturadas com muita sensualidade enquanto que a pornografia, rege-se por conceitos mais obscenos, dados à vulgaridade. Mas, como é óbvio esta diferença depende da educação e da visão de cada um.

Aquilo que pode demonstrar a diferença da escrita é a qualidade literária na qual se insere, e a forma como as palavras se utilizam. No tempo da Inquisição, por exemplo, foram muitas as obras que foram cortadas do panorama da leitura comum. A censura era implacável e ainda hoje, as vozes censórias se fazem ouvir, mas já com outra dimensão.

Os exemplos de pornografia por todo o mundo são vários, e o recurso à literatura enaltecendo o erotismo, é ainda muitas das vezes confundido com pornografia. Em Portugal, existem verdadeiras obras dadas ao erotismo, ou então que de alguma forma o invocam: Urbano Tavares Rodrigues, David Mourão-Ferreira ou Maria Teresa Horta.

Na Poesia o erotismo encontrou um leito muito convidativo, principalmente pelas mãos desta última escritora, Maria Teresa Horta. Hoje, o interesse por este tipo de escrita erótica, independentemente dos moldes em que se insere, continua a ser muito procurada.

Infelizmente, existe ainda muita gente que encara este tipo de escrita, como algo de vulgar, demonstrando ainda um género de pudor a este tipo de escrita. Isto porque, quando se fala de sexo, ainda que se utilize a literatura como ponte de passagem da mensagem, as pessoas têm um certo pudor de tocar no assunto mesmo que se utilize as palavras como meio de transmissão.

Muitos foram os casos julgados: “Antologia de Poesia Erótica e Satírica Portuguesa” de Natália Correia e David Mourão-Ferreira, ou “Filosofia de Alcova” do Marquês de Sade. Quem não se recorda do célebre livro “Lolita” de Vladimir Nabokov? Este foi um dos casos mais badalados e que chegou a ser alvo de vários processos, acusado de pornografia.

O erotismo na escrita é uma forma de arte como outra qualquer. Aprende-se a lapidar as palavras a dar-lhes corpo, prazer e desejo. As imagens são substituídas pela leveza e tentação dos vocábulos, que docemente instauram um qualquer desejo aos olhos de quem os lê. Isto não é Pornografia, mas sim Literatura Erótica e a colocação das palavras entre os vocábulos e nos locais certos, faz despertar a beleza de saber ler.

Classificação
A sua opinião
[Total: 0 Média: 0]
Exit mobile version