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Fernanda Montenegro – actriz do século XX

Fernanda Montenegro
Fernanda Montenegro

A actriz mais querida do Brasil e uma das maiores da língua portuguesa. Fernanda Montenegro conquistou o público do Brasil e do mundo com uma carreira brilhante, plena de interpretações inesquecíveis. Os palcos, os estúdios de cinema e de televisão são a sua casa.

Fernanda Montenegro

Dona Doida, Dora e Charlô são mulheres que ficaram na história do teatro, do cinema e da televisão brasileira. Todas elas viveram – e um pouco de cada uma vive ainda – no coração e na arte desta actriz.

Depois do reconhecimento pelo público, pelos críticos e pelos júris dos mais diversos festivais de teatro e cinema em todo o mundo, foi o ano passado que, dando vida a Dora, em “Central do Brasil”, Fernanda Montenegro teve a sua maior consagração: uma nomeação para o Óscar de Melhor Actriz. Foi ela a primeira actriz brasileira a conquistar um lugar entre os nomeados da Academia. Actualmente vê-mo-la em mais um desempenho de destaque, a carismática Zázá, na novela com o mesmo nome.

Uma carreira notável e um talento único fizeram de Fernanda Montenegro uma das figuras mais queridas do público e, apesar de mais do que consagrada, prossegue o seu trabalho com a mesma fúria e amor que a levaram até ao lugar onde se encontra hoje. Mas é claro que não nasceu estrela e foi com os pés bem assentes na terra que traçou o seu caminho.

Arlette Pinheiro Esteves da Silva tem sangue português e italiano. Escolheu o nome de Fernanda por achar que o seu som lembrava personagens de Proust e Balzac. Montenegro era um médico que nunca conheceu, um homeopata conhecido como milagreiro. Apresentou-se como Fernanda Montenegro quando não tinha ainda 20 anos, dava aulas de português para estrangeiro e emprestava a voz aos personagens de radionovelas.

Em 1953 casou-se com o actor Fernando Torres, numa época em que já havia trocado o microfone pelos palcos e o seu talento navegava por entre os mais diversos dramaturgos. Na década de 60 fez teatro em frente às câmaras, ao representar mais de 170 peças no programa “Grande Teatro Tupi”. Esse foi o primeiro passo para passar às telenovelas e à consagração da Rede Globo. Ainda na década de 60, quando juntava o teatro e a televisão, teve a sua primeira experiência no cinema em “A Falecida”, de Nelson Rodrigues.

Na década de 70 Fernanda Montenegro já era o nome preferido dos encenadores, dos realizadores e dos cineastas. O talento instintivo, a técnica perfeita e a formidável capacidade de transfiguração de Fernanda Montenegro era reconhecida tanto pelos colegas como pelo público.

Os seus trabalhos mantiveram o público brasileiro fiel e emprestaram uma qualidade notável às produções da época. Passou a fazer parte do dia-a-dia dos brasileiros quando, a partir de 1980, começou a participar assiduamente das novelas da Globo.Manteve-se fiel ao teatro e ao cinema e consagrou-se nas três áreas com a sucessão de prémios que tem recebido.

Em 1985 o presidente José Sarney chegou a convidá-la para ser ministra da cultura, e apesar do apoio unânime do povo e da classe artística, recusou o convite e permaneceu dedicada àquela que é a sua verdadeira vocação.

No teatro, e depois do sucesso de “Dona Doida”, fez “Dias Felizes”, de Samuel Beckett, ao lado do marido, e foi um êxito estrondoso em 1996. “Central do Brasil”, nomeado para o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1998, projectou-a internacionalmente como já há muito merecia.. A sua mais recente participação em televisão aconteceu em 1999, na adaptação do polémico “Auto da Compadecida”, na Rede Globo.

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