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Crónica: Porque é que uma mulher cai

Fátima Diogo

Porque é que uma mulher cai (quase sempre!) na cantiga do bandido? Mas porque é que vamos na conversa? Já sabemos o que a casa gasta! Ou seja quando os homens querem conquistar uma mulher (digo conquistar e vocês percebem o que quero dizer, verdade?) dizem tudo e mais uma coisa e fazem tudo e mais alguma coisa… nós que sabemos disso ainda vamos na conversa? Mas porquê? Para quê metermo-nos em situações destas?

Porque é que uma mulher cai?

A resposta é simples e vou buscar as palavras de Eça para vos ilustrar a resposta:

“É que o amor é essencialmente perecível, e na hora em que nasce começa a morrer. Só os começos são bons. Há um delírio, um entusiasmo, um bocadinho do céu. Mas depois!… Seria pois necessário estar sempre a começar, para poder sempre sentir?” (in O Primo Bazilio de Eça de Queiroz, pag.225)

É por isto que caímos! É porque os sentimentos da paixão, do amor são algo indescritível, fazem-nos sentir, fazem-nos sentir vivas, amadas, desejadas e isso é um espectáculo!

Meu Deus… perdoem-me a divagação, mas é que eu acho que estar apaixonada é bom demais!!! Concordam?

Quando uma mulher ama, ela é incapaz (quase sempre, perdoem-me as generalizações) de reagir sem ser com o coração. Este preside a todas as situações, acaba sempre por levar a melhor. Deixa-se levar pelo sentimento. Até se esquece de comer (há males que vêem por bem. Hehehe)

Ora os homens (vá, vá eu admito… não são todos assim, mas eu hoje também só vou falar dos que cantam a canção do bandido) reagem de acordo com uma parte do seu corpo, que comanda todo o resto.

Logo… temos o caldo entornado!!! Porquê?cPorque o Dito-Cujo é de paixões efémeras e uma mulher tanto está em alta como em baixa na sua cotação. Hehehe! Não estou a falar do NASDAQ!!!

Mas como é o Engatatão que nos canta a canção do bandido (ou do engate como cantava o António Variações!)?

Bom, primeiro tem de ter um palminho de cara e é bom que tenha mais que um palminho de corpo, senão não vai a lado nenhum (hehehe… Sim! Porque já não são só as mulheres que têm de suar no ginásio para ter uns corpinhos Danone!).

Isto é, senão tiverem reunidas as condições necessárias para que tenha um desejável (já nem se pede nenhum homem tipo Men’s health, embora não nos importássemos nada que fosse assim. Hehehe)…nada feito.

A menos, claro, que as nossas lentes ou óculos estejam com defeito. Oppppssssssssss!Este Engatatão é o que eu chamo de Predador (in “Diferentes Formas de… Amar?” Fátima Diogo, Editora: Contemporânea – não que esteja aqui a fazer publicidade ao meu livro… Hehehe). Predador? Sim!

Aquele que “… a sabe toda, tem uma lábia de 1ª apanha, inclusive fez mestrado e posteriormente um doutoramento em engate. Rodeia a sua presa, conhece-a bem em três tempos, ou melhor encontros. Topa-a num instante, apercebe-se dos seus pontos fracos e é aqui que ataca, sem aviso prévio (pag. 20)…” TOING, TOING!!!

Alerta geral para este tipo de homem, que é um perigo para nos apaixonarmos e ficarmos a chuchar no dedo literalmente passado pouco tempo! Como reconhecê-lo? Pois que é uma boa pergunta, para a qual também gostaria de ter uma resposta exacta.

Na minha opinião não há, mas não desanimem. Por um lado isso até pode ser fácil (como gostar de ver um daqueles anúncios da Coca-Cola light em que aparecia um borrachão a beber a dita cuja às 16:30h!!! Aiii Aiii), mas por outro pode ser bem difícil (como é ver um parecido com aqueles do anúncio no nosso local de trabalho!! – Era bom era, mas também depois quem é que conseguiria trabalhar? Not me!!! Hehehe!!).

É fácil quando ele é tão convencido e óbvio que basta observá-lo em acção… como ele olha para uma mulher interessante (sim porque uma mulher é sempre interessante!!). Quando é um livro aberto, não vale a pena pensarmos que vamos ser nós as salvadoras da pátria, isto é, que o vamos mudar, porque sempre foi assim, é assim que continuará.

Faz parte da sua essência.O problema surge quando são tão vividos e dissimulados que se tornam verdadeiros contos de fada tornados realidade e aí quem é que consegue resistir?

O melhor é acreditar na sabedoria popular e pensar que “quando a esmola é muita, o pobre desconfia”. ‘E algo assim parecido, não é?

O melhor mesmo é conhecermos bem a pessoa para ver se o seu comportamento é estável e coerente, senão existem pequenos detalhes que não funcionam muito bem ou que são estranhos tipo: precisa de tempo para ele, está muito cansado, não pode sair porque tem muito trabalho, o telé está desligado muitas vezes e afins.

Então… mas quando a lavagem cerebral (por lavagem cerebral entenda-se: os olhares melosos dele, as suas palavras doces, os elogios que sabem tão bem, a atenção completamente vidrada em nós, a atmosfera química no ar, a atracção que se sente nos mais pequenos gestos e dai por diante…) é tão grande, tão convincente e as nossas hormonas estão em tal polvorosa que não dá para controlar (atenção: com a idade a situação tende a piorar, meu Deus está tudo perdido! Hehehe!)?????

Bom, quando não dá para controlar e sabemos que o engate nada mais é que a Cantiga do Bandido, das duas… uma! Ou entramos no jogo e aceitamos e respeitamos as suas regras. Tiramos umas lasquinhas e aproveitamos a relação ao máximo, sem arrependimentos ou medos e quando acabar, acabou! Ou então não gostamos do jogo e não entramos. Lembrem-se que as regras existem e que não dá para as dobrar.

É uma questão de estômago! Depende do tipo de relação que se pretende. Outras vezes a cantiga é tão bem cantada que nem se dá por isso, parece mesmo verdadeira e caímos na esparrela. Depois se a relação for do tipo “vai ser tão bom, não foi?” TOING! Nem percebemos bem o que nos atingiu e ficamos um pouco perdidas.

Um pouco é favor!!! Agora que estávamos a viver o conto de fadas, andávamos a flutuar pelo prazer de estarmos apaixonadas (sim, nem era preciso comer o Adágio para flutuarmos. Hehehe) e PPPUFFFFFF um passe de mágica e desaparece tudo, é cruel!

Indecente e não se faz, mas a verdade é que acontece.Esqueçam o Prozac, a depressão, os olhos esborratados e nada de tristezas (eu sei que é fácil falar! Mas temos de ter uma atitude positiva, não vale a pena fecharmo-nos numa conchinha!).

O que passou, passou, até porque a “experiência passada deverá ser um farol a iluminar-nos o caminho e nunca um cais a amarrar-nos.” (Ruben Alfonso Ramires). Toca a se tratarem bem… fazerem as coisas que gostam, ficarem bonitas (roupa, maquilhagem) e toca a sair, ver gente bonita e interessante.

E sobretudo a viver e nunca a vegetar!!Tenham um bom dia!! AH! Queria agradecer ao pessoal que tem lido os artigos e me tem mandado comentários. Adorei!!!! Mandem sempre, beijos para todos!!!!!

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