O pós-feminismo

A guerra das mulheres

Durante a II Guerra Mundial o governo americano necessitou usar a mão de obra feminina nas fábricas e nos escritórios substituindo os homens que haviam partido para o combate. Após a guerra, a Europa foi reerguida com a ajuda do trabalho feminino. Foi este triste evento histórico que propiciou a saída das mulheres do lar para o mercado de trabalho.

Nos anos seguintes o feminismo veio como consequência natural dos factos: as mulheres exigiam igualdade de salários, direito ao aborto e maior espaço como cidadãs.

Hoje as mulheres comemoram a liberdade adquirida chamando este período de pós-feminismo. Mas com os avanços conquistados nos países ocidentais as mulheres tem se dividido em duas categorias muito distintas.

A primeira categoria continua lutando pela igualdade de salários, por maior respeito e dignidade à mulher e buscam a realização profissional através das suas capacidades.

São mulheres que tem consciência de que muito já foi feito, conquistado, mas que estamos apenas na fase inicial de um longo e penoso percurso em direcção a verdadeira igualdade entre os sexos.

A segunda categoria são as mulheres que se utilizam dos resultados adquiridos com tanto esforço para se transformar em caricatura da mulher.

E’ humilhante, vergonhoso e deprimente constatar no que esta classe de mulheres está transformando a palavra MULHER!

Esta nova e inusitada classe de mulheres usa os resultados do feminismo denegrindo e humilhando as mulheres conscientes e inteligentes.

Esta segunda categoria de mulheres usa o corpo como arma de manipulação e prazer do macho até a exaustão. São garotas que assistimos nas publicidades, nos programas de televisão e em filmes vendendo-se sem critério algum ao mercado manipulador machista.

Seres androgenas, com seios, bochechas, bocas e bundas insufladas de silicone que causam piedade. Patéticas mulheres que fazem crer que a beleza do corpo feminino é acéfala. E se transformam em prostitutas de câmaras de televisão como libelulas desesperadas pela luz dos reflectores.

Essas criaturas que assistimos com piedade decorando programas de futebol e dançando com mísera mestria e ridícula sensualidade em shows televisivos. São ridicularizadas por protagonistas homens nos programas de televisão. Vendem uma imagem feminina frívola e decadente em filmes para atrair a clientela masculina. Se mostram como carne no açougue em filmes pornográficos.

Mulheres/mercadoria que vendem calendários, carros, revistas e bebidas alegando a necessidade de mostrar-se com arte. Adolescentes que abandonam a busca intelectual de cursos universitários, por desfiles de moda; sabedoras que caminhar em uma passarele requer o uso de pouquíssimos neurónios. Triste categoria que acredita que a beleza pode tudo e a fama justifica os meios.

Desprezíveis mulheres que caçam como na pré-história homens famosos com pouco cérebro. Mulheres que me fazer envergonhar dos nossos avanços feministas. Mulheres que justificam e alimentam o machismo.

Mulheres que o Sindicato Feminino Mundial deveria retirar a carteira de habilitação.

Tania Rocha (Escritora)

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