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Crónica: Negra de Neve chega ás telas

Cronistas da MulherPortuguesa
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Estamos na fila para comprar bilhete, entramos para a sala, as luzes apagam-se e o filme Negra de Neve começa. De um momento para o outro, tudo negro.

O coração palpita, afinal o que se passa, a luz acabou, a cegonha provocou outro apagão, a máquina avariou, é um sequestro?

Nada disso, meus amigos. Trata-se apenas do último filme de João César Monteiro, Branca de Neve ou coisa que o valha, onde mais de sessenta minutos de um filme com 75, são passados em negro. Estranho? Eu diria bizarro.

Negra de Neve

Afinal onde está a Branca de Neve? E os sete anões que não a largam? O écran negro são as cenas censuradas de sexo a oito? Então estava disposta a pagar mais um pouco mas ver tudo. Rumores há que a Branca desistiu quando viu o que a esperava e tiveram de colocar um dos anões a fazer a sua voz, mas nenhum aceitou fazer o seu papel.

E já que estamos numa de sexo, (uau) este filme vai ser um êxito de bilheteiras. Então não é que será aproveitado por todos os casaizinhos que desejam um pouco de, bem vocês sabem, aquilo que normalmente um parzinho faz no escuro do cinema. E aqui podem mesmo encher a barriga (ooops) de escuridão. Mas para se lembrarem que o mundo existe, lá vêem uns planos de azul, permitindo que se recupere o fôlego, e volta ao negro.

E fala-se em liberdade criativa, em vanguarda, em ideias inovadoras (não para quem tenha visto o filme ‘Blue’). E é mais bizarro se pensarmos que esta ‘obra de arte’ recebeu 130 mil contos em subsídios do Instituto do Cinema, do ICAM e da RTP. Dinheiro para pagar a actores (quais?), à fotografia (qual?), à montagem (onde?) e à produção (só podem estar a brincar!).

A explicação será apenas uma: o operador de câmara esqueceu-se de a ligar! E pronto, lá se foram as imagens e três meses de rodagem. Como o tempo era escasso e a imaginação grande, eis a solução.

Tanto dinheiro poderia chegar para fazer mais duas emissões de Big Brother, uma do Big Show Sic e contratar ainda a cadela Big para um programa de entrevistas na RTP, apoiado pelo macaco Adriano.

E agora vem o melhor da história…Un, dos, tres, não, não vamos bailar, mas desmanchar a rir. É que o projecto apresentado para os subsídios não contemplava nada de negros, excepto o apagão das luzes após os intervalos. Tudo resultou de uma ‘briga’ entre João César Monteiro e Paulo Branco (anedótico, não é?) porque a rodagem não estava a correr bem, mal entendidos, surdez colectiva, etc.. Mas tudo bem, é o dinheiro dos contribuintes a entrar.

Mais valia que o filme mostra-se as brigas, os abanões e sim, um mediático pontapé à la Marco. Aí sim, teriam o topo das audiências e o cinema português voltaria ao brilho de outros tempos.

Mas a obra parece agradar a pseudo-intelectuais que desdenham do povinho que se agarra à televisão na hora do Big Brother mas que não está para gastar 800$00 para ver um écran a negro e JCM até diz o que pensa dos portugueses com F grande. No entanto, este tipo de frases num homem como ele é arte pura. Em nós é obscenidade.

Para cúmulo, o dinheiro entregue não foi todo gasto, mas Paulo Branco não faz tenção de devolver o restante, porque sempre vai dar jeito para mais umas despesas ou para outro filme, desta vez, quem sabe senão com o título ‘A neve é negra’ em que a máxima ironia será um écran branco sob um fundo preto.

Cronista da Mulher Portuguesa: Ana Amante

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