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TABU – Romance sobre a violência entre o casal de Virgínia Costa Matos

TABU - Romance sobre a violência entre o casal
TABU - Romance sobre a violência entre o casal

TABU – Romance sobre a violência entre o casal de Virgínia Costa Matos da Azula, Lda.

TABU – Romance sobre a violência entre o casal

Homens e mulheres. Eles batem, elas submetem-se. Esta é a realidade que se passa em milhares, ou mais, de lares em Portugal. A sociedade permite, porque “entre marido e mulher não metas a colher”.

Eles batem. Elas aceitam e culpam-se. Eles batem, elas sofrem caladas. Eles batem. Elas…

A violência entre o casal é o tema do livro que quase poderia passar por um manual de sobrevivência para todas as mulheres que passam por esta situação, não fora o tom cor-de-rosa que o percorre. Ninguém acredita que após uma simples conversa, um homem ou uma mulher mudem todo o seu comportamento de violência. Mas é assim a história que Virgínia Costa Matos decidiu contar.

Com as vidas marcadas para sempre pela violência doméstica e pelos abusos por parte dos maridos, três mulheres, de um estrato social alto, apresentam os seus casos. Num diálogo simples, a personagem principal desenha-se entre o terror da violência do passado e a alegria e incerteza do presente.

Rita, divorciada, saiu de uma relação de extrema violência com coragem e ajuda as suas amigas, que a procuram para conselhos, com uma boa dose de filosofia e de savoir-faire.

A restante acção entrelaça-se com duas outras mulheres que procuram Rita, Ana e Telma, ambas com problemas de agressão por parte dos parceiros e que hesitam em mudar de uma situação de conforto e estabilidade para o desconhecido.

Encarar os entraves da separação que se colocam com os filhos, os pais, o dedo apontado da sociedade e o medo de falhar fora daquilo para que foram “programadas” – casamento e família, são os cenários por demais conhecidos por estas mulheres, que as impedem de dar o passo de quebrar com um ciclo vicioso de maus tratos e arrependimento.

A confusão que a mulher enfrenta de cada vez que é agredida, os sentimentos de culpa, a vulnerabilidade, assim como a dicotomia amor/ódio, são pontos analisados por elas, nestas “conversas de café”, onde se chega a uma conclusão deveras interessante para o problema da aceitação das agressões, referida por Rita: “parte do problema é que ninguém nos prepara para a violência física vinda do marido”.

Por outro lado, surge também o encarar do problema por parte do marido de uma das agredidas, com a análise dos sentimentos onde procura desculpas para o seu comportamento.

A determinada altura do livro surge uma comparação que é um rasgo de luz na questão: é feita a comparação entre a guerra, neste caso a decorrida no Kosovo, e a guerrilha velada que as mulheres enfrentam em casa. A primeira com honras de Estado e a segunda calada por todos.

Menos feliz é a afirmação de que as mulheres de um estrato mais elevado calam mais os problemas que as outras. Isto é uma falsa questão. Muitas são as mulheres, de qualquer estrato, que calam as agressões e humilhações pelas mesmas razões que as mulheres de estratos mais altos: o medo e a “programação” social.

Para as mulheres que enfrentam o terror provocado pelos maus tratos em casa, surgem alguns bons conselhos para enfrentar a situação de cabeça erguida e para “encontrar” respostas à violência.

No entanto, esta é uma visão delico-doce de um problema demasiado grave, uma vez que na narrativa todos compreendem que erraram e começam de novo. Um final de conto de fadas.

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