Crime e Castigo de Fiódor Dostoiévski da Editorial Presença
Crime e Castigo
‘Crime e Castigo’ é o livro com o qual a Editorial Presença nos contempla, numa tradução extremamente rigorosa, realizada exactamente a partir da língua russa. Fiódor Dostoiévski tornou-se um dos escritores mais conhecidos e aplaudidos no mundo da literatura. ‘Crime e Castigo’ foi apenas uma das obras com as quais nos contemplou, sendo esta uma das grandes referências curriculares do escritor.
A figura central da obra é Raskólnikov, um estudante que vive num mundo doloroso de dúvidas, privações, e em condições existenciais que deixam muito a desejar. Por isso, o escritor convida todos os leitores a entrarem neste mundo complexo, de imperfeições evidentes, onde não há espaço nem lugar para que a felicidade possa florir em paz.
Esta obra foi, talvez, o ponto de arranque para uma outra forma de encarar a leitura e a escrita, fundando um novo ciclo literário pelas mãos deste escritor russo. O escritor cria personagens de foro psicológico complexo, quase inconscientes dos seus actos, e extremamente irracionais nos seus pensamentos, o que fez com que Dostoiévski mostrasse um outro mundo para os amantes da literatura até então desconhecido.
Ainda hoje, tanto tempo volvido, as obras do autor russo continuam ainda a vigorar em qualquer biblioteca pessoal, cientes da sua importância e preciosidade. Esta é uma nova versão traduzida em língua portuguesa, mas que foi o mais fiel possível aos textos originais que compõem a obra do russo, falecido há 120 anos.
A nova forma de romance que proliferou por toda a Europa, e um pouco pelo mundo inteiro, teve como seu pai Fiódor Dostoiévski, embora mais tarde se tenha vindo a exprimir em muitos outros autores como Virginia Wolf, James Joyce ou Marcel Proust.
Natural de Moscovo, em jovem frequentou a Escola Militar de Engenharia de S. Petersburgo. Foi aí que entrou em contacto com outros escritores, interessando-se pelo trabalho de Shakespeare ou de Vítor Hugo.
Já com o curso de Engenharia, o escritor começou, inicialmente, por fazer traduções, embora tivesse que partir pouco tempo depois para a Sibéria, após ter sido suspeito de conjura revolucionária.
Ainda que lhe tivesse sido declarada a pena de morte, consegue ficar-se pela realização de trabalhos forçados na Sibéria até ao ano de 1855, altura em que a amnistia o salvou da prisão. Foi neste mundo degradante, de sacrifícios pesados e de amarguras profundas, que Dostoiévski entrou em contacto com aquilo que mais tarde começaria a escrever.
Assim, em 1866 sai este ‘Crime e Castigo’, revelando pormenores e detalhes de análise psicológica totalmente impressionantes, sempre inseridos num habitat degradante, sem sonhos ou desejos. E, o que é mais marcante, é a forma como Dostoiévski se identifica com esse mundo que idealiza e que expõe nas páginas dos livros.
O desejo de sofrer, a aceitação de um inevitável castigo, e a procura da pena para abafar a dor são os pontos altos deste ‘Crime e Castigo’.
Um livro da Editorial Presença e desse grande escritor que foi Fiódor Dostoiévski, especialmente para si.