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Senhor Santo Cristo dos Milagres

Senhor Santo Cristo dos Milagres
Senhor Santo Cristo dos Milagres

Senhor Santo Cristo dos Milagres

As festas têm início no dia 25 de Maio e duram até 3 de Junho, com sucessivos serviços religiosos e concertos, a maioria por emigrantes, e o dia 29 de Maio é feriado municipal.

Completam-se este ano três séculos volvidos sobre o milagre do Senhor Santo Cristo, que teve lugar na Ilha de S. Miguel, arquipélago dos Açores.

Decorria o mês de Abril de 1700 quando a ilha de S. Miguel foi abalada, durante vários dias, por fortes tremores de terra. Sem solução à vista, as pessoas recorreram à fé e no dia 13 de Abril várias confrarias se juntaram a alguns membros da nobreza e ao povo e resolveram levar em procissão a imagem do Santo Cristo até à portada do Mosteiro da Esperança.

Nas primeiras horas da tarde, larga multidão caminhava descalça, levado que era o andor pelas pessoas mais nobres da ilha, entrando em todas as igrejas onde eram cantados salmos e seguida pela emoção de todos, exprimida em lágrimas.

Deu-se então o milagre.

Após a saída da Igreja dos Jesuítas, a caminho da Igreja das Religiosas de Santo André, a imagem caiu do andor mas, facto estranho, esta caiu pela parte superior do dossel, e não por qualquer dos lados do andor.

OS GRITOS DE AFLIÇÃO FIZERAM-SE OUVIR, COM A MULTIDÃO A ROJAR-SE NO CHÃO, BEIJANDO O SOLO QUE JULGAVA ABENÇOADO, DANDO GOLPES SOBRE O CORPO, PARA REGAREM O CHÃO COM O SEU SANGUE E A ROGAR MISERICÓRDIA.

Aquietados os ânimos, foi altura de ver os danos da imagem na queda, apenas um golpe no braço direito. Serviu então o Convento de Santo André para a limpeza da imagem e prosseguiu a procissão até ao Mosteiro da Esperança.

O culto do Senhor Santo Cristo dos Milagres teve o seu início no Convento da Caloura, em Água de Pau, S. Miguel, local onde terá sido erguido o primeiro convento de religiosas da ilha, que contou com o apoio papal na entrega da Bula e de uma imagem do Ecce Homo, colocada depois num nicho em Vale de Cabaços e que seguiu, após da dissolução do convento, para Ponta Delgada.

Algumas semanas antes da festa, o mosteiro da Esperança e a Praça 5 de Outubro são enfeitadas com milhares de lâmpadas multicores, bandeiras, mastros e flores. As festas têm início no dia 25 de Maio e duram até 3 de Junho, com sucessivos serviços religiosos e concertos, a maioria por emigrantes, e o dia 29 de Maio é feriado municipal.

No domingo tem lugar a procissão, que percorre as principais ruas de Ponta Delgada num percurso com a duração de cinco horas, e que abre com os objectos sagrados: o guião, a coroa de espinhos dourada, seguida de duas filas de homens com opas e cílios, alguns descalços, cumprindo promessas, alternados com grupos de filarmónicas. Em seguida vêm as associações juvenis e crianças vestidas de anjos, alunos do seminário e o clero.

A IMAGEM É TRANSPORTADA NUM DOSSEL DE OURO E VELUDO, NUM TRONO DE FLORES EM SEDA E PANO, TECIDAS E OFERECIDAS NO SÉCULO XVIII. SEGUEM-SE OS DIGNATÁRIOS DA IGREJA E LARGOS MILHARES DE MULHERES. O CORTEJO FECHA COM AUTORIDADES CIVIS E MILITARES, REPRESENTANTES E ASSOCIAÇÕES SOCIAIS E DESPORTIVAS.

Possuidor de um tesouro riquíssimo, que pode ser admirado no Convento de Nossa Senhora da Esperança, o Resplendor é a peça mais rica do espólio e da Península Ibérica. Trata-se de uma peça em platina cromada, com perto de cinco quilos e incrustada de 6.842 pedras preciosas de todas as qualidades, para além de referências simbólicas ligadas à teologia.

A Coroa do Senhor dos Milagres é em ouro, pesando 800 gramas, com 1.082 pedras preciosas trabalhadas em forma de espinhos. Permanentemente colocada ao peito da imagem está o Relicário, guardando o que se acredita ser uma farpa da verdadeira cruz em que Jesus foi crucificado.

Por sua vez, o ceptro é constituído por duas mil pérolas, que formam uma maçaroca de cana, com 993 pedras preciosas ao longo do tronco e um conjunto de brilhantes com renda de ouro. Na base está colocada a Cruz de Cristo. As Cordas medem 5,20 metros de comprimento e são constituídas por duas voltas de pérolas e pedras preciosas enroladas em fios de ouro.

As festas começam com missas, alternadas com concertos, a homenagem da PSP, dos taxistas e do motoclube com um desfile diante do Convento da Esperança, o cortejo de mudança da imagem, do Convento da Esperança para o Santuário, acompanhada pelo Exército, Marinha e Força Aérea, procissão de velas na madrugada de Domingo e vigília. No dia 3 de Junho têm lugar as cerimónias de encerramento.

Uma festa sempre diferente, que demonstra bem o poder da fé para os portugueses, especialmente para os muitos milhares de emigrantes da ilhas.

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