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As histórias escondidas pelos subúrbios de Lisboa

Pelos subúrbios de Lisboa
Pelos subúrbios de Lisboa

Pelos becos dos subúrbios de Lisboa a nossa capital, refugiam-se histórias passadas que o tempo, não apagou. Pessoas vindas de todo o país que procuraram em Lisboa, o sustento para a sua vida. Sem nunca negarem a sua origem, Lisboa acolheu o país inteiro…

Histórias dos subúrbios de Lisboa

Os chamados bairros que proliferam em Lisboa, surgem da necessidade de conferir habitação aos vários operários que na década de 70 de século XIX, vieram aumentar a mão de obra existente no mundo fabril. É nesta fase que surgem, as zonas das maiores massas do povo, constituídas por operários.

As chamadas vilas operárias não são facilmente visíveis, nas avenidas ou ruas principais. Normalmente, situam-se nas traseiras dos prédios ou localizam-se em ruas pouco favoráveis de serem visíveis à via pública, com duas filas de casas de dois ou três pisos.

Construir estes bairros, era fácil para os construtores e industriais, na medida em que o preço dos terrenos e materiais, era muito baixo. Zonas como Chelas, Alcântara ou Mouraria, são exemplos de bairros de operários fabris, do início do século.

A Norte de Lisboa, tal como a Nascente e a Poente, situavam-se as chamadas zonas de periferia. As construções destes bairros variavam, consoante o desejo do patrão. Encontramos locais, onde as casas eram construídas sobre ruínas e outras que, apresentavam uma área verdadeiramente bonita, com espaços amplos e casas extensas.

Se ainda não reparou, comece a observar os inúmeros letreiros, em pedra, ferro, azulejo ou vulgares tabuletas que, se encontram espalhados pelos subúrbios de Lisboa. Exemplo disso, é a zona da Graça, Sapadores, até Xabregas e Poço do Bispo.

Na área correspondente à Graça, encontra-se a Vila Sousa, a Vila Berta e o Bairro da Estrela. A Vila Cândida e a Vila Rodrigues, instalaram-se em Sapadores, enquanto que a Vila Flamiano e a Vila Emília, acomodam-se em Xabregas.

No poço do Bispo, existem igualmente duas importantes áreas deste género, a Vila Pereira e os armazéns de José Domingos Barreiro & C.ª Lda, onde os operários eram alojados na parte superior dos armazéns.

Era nas traseiras dos prédios da grande burguesia que se situavam estas vilas constrastando o luxo, com a necessidade de sobrevivência. Estas casas serviam de abrigo para os operários e famílias e, pouco mais. Havia algumas que, não tinham as mínimas condições de habitação. No século XX, a preocupação com o bem estar dos operários, demonstrou progressos muitos positivos.

A Vila Grandella, em S. Domingos de Benfica, foi uma das vilas cujos proprietários mais se preocuparam, com as condições dos seus trabalhadores. Foram construidas duas cantinas, criada uma creche na escola, assistência médica para os habitantes do bairro e distribuição regular de leite.

Muitas destas áreas já nem existem, outras persistem ao passar dos anos e, outras chegaram mesmo a ser remodeladas. A maioria dos seus habitantes, são provenientes de zonas geograficamente opostas, originando uma mistura de costumes e tradições.

Dos tempos destes bairros de operários, para o requinte de outras construções destes últimos anos, não há dúvida que o tempo apaga tudo….ou quase tudo.

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